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Rio de Janeiro, 4 de maio de 2024


Esporte

Jovens velejadores renovam a tradição do iatismo

Bruno Alfano - Do Portal

21/01/2010

 Mauro Pimentel

Com 16 medalhas no currículo olímpico, o iatismo brasileiro luta contra a popularidade e a captação de recursos inversamente proporcionais ao rendimento internacional. Apesar das dificuldades, a formação de velejadores segue o curso da abnegação. Em busca de aventura e medalhas, novos talentos superam a falta de patrocínio e de tempo. Ex-aluno da PUC-Rio, o advogado Hélio Lyra Júnior (na foto abaixo), por exemplo, teve de conciliar a vida acadêmica com os treinos. “Lá fora é mais fácil, todo mundo tem patrocínio. Como nós bancamos nosso próprio equipamento, eles têm equipamentos melhores. Isso faz diferença”, observa.

Mauro Pimentel  Hélio começou a velejar aos 6 anos, quando seu pai o inscreveu na escolinha do Iate Clube do Rio de Janeiro. Quando competia na classe 470, uma das disputadas em Olimpíada, teve que interromper os treinamentos diários por causa das atividades acadêmicas. “Quando comecei a fazer estágio parei de treinar todo dia e comecei a ver os caras que eram piores do que eu ficarem melhores”, lembra. Na equipe Oceano, em outra categoria, venceu um Rio Boat Show, importante torneio do circuito de vela nacional. Ele considera a "falta de patrocínio" o principal obstáculo à disseminação do esporte:

– É difícil conseguir patrocínio, que fica restrito a classes olímpicas ou pan-americanas.

No mar, a principal dificuldade é "conciliar as variantes":

– Na hora da regata, é tenso. Muita Adrenalina. Tenho que controlar as variantes como o vento e o mar. Isso soma-se ao grande esforço físico – ressalta Hélio, acostumado a velejar na Baía de Guanabara, cujo lixo, diz ele, atrapalha a vida do velejador. Tem saudades da Turquia:

– Competir no Mar Mediterrâneo foi muito bom.

Além da competição, o esporte também reúne adeptos atraídos simplesmente pelo prazer de navegar. É o caso de Henrique Junger, formado em Engenharia da Computação pela PUC-Rio. Começou aos 9 anos, incentivado pela mãe. “Ela me colocou numa escolinha, em Niterói, e eu acabei gostando". A busca pela tranquilidade é o que motiva Henrique a continuar velejando. “O vento no rosto dá paz”, resume.

Henrique competiu em dois campeonatos estaduais. Quando começou a faculdade, interrompeu o esporte. “Não deu para conciliar. Só no último ano consegui voltar”, conta.

Velejador da classe Vela Mar 22, ele reclama que o esporte é caro. “Na última regata de que participei, por exemplo, o mastro do nosso barco quebrou e a gente ainda não conseguiu consertar. Falta grana”.

Os melhores do mundo no Rio

Enquanto jovens abnegados lutam para renovar a prática do esporte, a elite da vela mede forças nas águas do Rio de Janeiro. Uma das potências mundiais, o Brasil acolheu o Mundial da Classe Star no Rio de Janeiro, que se estandeu até quinta-feira, dia 21 de janeiro. As 81 duplas inscritas comprovam o sucesso do país como refêrencia na modalidade.

 Arquivo Pessoal 

Com 40 anos de vela, o ex-aluno da PUC-RS Manfredo Flöricke (foto) participa pela terceira vez deste Mundial. Depois de participar de campeonatos como o Mundial de Star e de Soling, sul-americanos – nas classes Oceano, Soling e Star – e diversos campeonatos brasileiros, o gaúcho chega ao Rio animado: “É um torneio importante. Estão participando os melhores do mundo”.

A primeira regata do Mundial de Star foi disputada no sábado, dia 15 de janeiro, e vencida pela dupla inglesa formada por Iain Percy e Andrew Simpson. Depois de seis regatas disputadas, a dupla manteve a regularidade e foi campeã do torneio. O segundo lugar ficou com a dupla suiça Flavio Marazzi e Enrico De Maria. O melhor participante brasileiro foi Torben Grael, que ficou com o terceiro lugar. O Brasil teve a sua melhor participação no torneio tendo quatro, entre as dez primeiras duplas.