Época de férias, descontração e muita praia, o verão convida a todos à prática de esportes, principalmente o surfe. Nas águas, competições de diferentes modalidades, entre feminino e masculino, iniciantes e profissionais, marcam a estação. O primeiro campeonato de surfe profissional de 2009, no Rio de Janeiro, aproveitou as boas ondas de Quissamã para eleger seu vencedor: Simão Romão, que levou para casa R$ 4 mil, além de pontos para o ranking da divisão de acesso do Campeonato Brasileiro.

Já no que diz respeito a circuitos universitários, o PUC SURF, competição tradicional entre estudantes, foi realizado no último sábado de novembro, no Postinho (em frente à Rua Olegário Maciel), na praia da Barra da Tijuca, local que já se tornou tradicional no Circuito. Elísio Tiúba e Maíra Develly foram os campeões. 

No masculino, Elísio Tiúba, estudante do 10º período de Arquitetura da PUC-Rio, ocupou o lugar mais alto do pódio, depois de vencer as duas últimas etapas, em uma disputa acirrada com o veterano do Circuito, Alexandre Amigo, formado em Design também pela PUC-Rio. Para garantir o campeonato, o participante deve ter a maior soma dos pontos obtidos nas três etapas do evento. Com isso, Tiúba foi o melhor, deixando Amigo em terceiro.

Na última etapa do feminino, Maíra Develly, estudante do ensino médio, ficou em quarto lugar, mas foi a campeã do circuito, pois manteve boa pontuação nos rankings da temporada. Maíra, de apenas 16 anos e ainda no ensino médio, resolveu participar do campeonato de surf universitário por recomendação de sua amiga Jordana Martins, aluna de Design da PUC-Rio.

Jordana inscreveu Maíra no PUC SURF 2008, pois sabia que a amiga nunca havia participado de nenhuma competição. Maíra aceitou e participou da primeira etapa, ficando em terceiro lugar. Ainda não acreditando em seu próprio potencial, por pouco não participou da segunda etapa, mas ainda assim, quando compareceu à praia da Barra no início de outubro, ganhou mais uma vez. Mantendo-se firme na competição, a única menina a subir no pódio nas três etapas foi a líder no ranking de pontos.

– O Circuito foi um incentivo para que eu entrasse em outros campeonatos. Depois de me inscrever no PUC SURF, participei das últimas etapas do Campeonato Estadual e do Eco Surf de Grumari – conta ela.

Por outro lado, Tiúba já esteve em várias competições e, inclusive, foi campeão do Circuito de Surf Universitário Brasileiro por equipes. Ele afirma que o PUC SURF é uma ótima iniciativa, uma vez que o surf universitário, antes forte no Brasil, está precisando de estímulos como este:

– O Rio de Janeiro, por exemplo, esteve sem o Circuito Brasileiro de Surf Universitário em 2008, por isso, não pude participar. Acho que o PUC SURF é uma maneira de dar incentivo a campeonatos maiores, entre universidades – avalia.

Quanto aos reflexos do surfe na sua vida, Tiúba não tem dúvidas e afirma categoricamente: 

– O surfe atua de maneira positiva na minha vida. Um esporte que, além de ser saudável e me deixar sempre em contato com a natureza, me manteve perto das artes plásticas. Comecei a pintar óleo em tela aos 16 anos e, depois de adquirir mais prática, continuei pintando, só que em pranchas. Hoje, já pintei até um fusca.

Maíra também acredita que o surfe é positivo em vários aspectos. Para ela, o esporte é saudável, cria bons hábitos alimentares e grande disposição física, além de ser uma ótima maneira de se fazer amigos.

– Como sou surfista, sempre gostei de dormir cedo, acordar cedo e ir à praia. Minha mãe agradece, nunca dei preocupações maiores, já que não costumo sair à noite – brinca.

Com relação ao preconceito com mulheres no esporte, a campeã do Circuito entende que o problema está cada vez menor e precisa ser eliminado completamente.

– Até pouco tempo, mulheres não competiam. Hoje em dia, há um foco muito maior no surfe feminino e acredito que isso deve continuar – defende.