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Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2024


Esporte

Por enquanto, o Rio dá bola é para os craques do surfe

Nicolau Galvão* - Do Portal

10/05/2013

 Nicolau Galvão

Todo ano, durante doze dias, o Rio se torna o foco da mídia especializada em surfe. O Billabong Rio Pro, a terceira etapa do Mundial, traz craques que mostram um novo patamar do esporte. Ídolos que atraem uma multidão para a praia da Barra. Mesmo em dia de semana, os fãs encontram uma maneira de ver, muitas vezes, heróis da infância. Formam, com os bambas das ondas, um turbilhão de imagens, cenas e poses capaz de cativas mesmo os não iniciados. Prato cheio para as lentes (veja a galeria de fotos). Às vésperas das Copa das Confederações, são as gingas na água que batem um bolão.

A exibição começa bem antes do início da janela de espera do campeonato. Gabriel Medina, a promessa da nova geração, chegou a uma semana do campeonato. O treino prévio vingou, com a melhor apresentação da primeira fase da competição. Medina faz parte de uma safra de surfistas brasileiros considerada a melhor até hoje. Adriano de Souza, Miguel Pupo, Filipe Toledo e Alejo Muniz também integram a fornada. A cada tubo e manobra em suas baterias, aumentam o volume da torcida na praia,

Antes considerados os azarões, os brasileiros tornam-se protagonistas nas ondas e no assédio de revistas e sites especializados. O estilo verde-amarelo, com aéreos e manobras nas partes mais críticas, virou produto de exportação. Inspiração para jovens surfistas do mundo inteiro. Até produtos industrializados nacionais são procurados. Taj Burrow, um dos surfistas mais experientes e influentes do Mundial, levou 20 quilos de Fu Wax, uma parafina brasileira, em sua bagagem após o campeonato de 2011.

 Nicolau Galvão Claro que os estrangeiros também fazem a festa dos fãs. Especialmente Kelly Slater. O americano onze vezes campeão mundial e melhor surfista da história é a síntese de como os gringos também despertam muito interesse ´por aqui. No WCT desde 1992, Slater vem conquistando uma legião de fãs cada vez que entra no mar. De longe, é o surfista mais tietado dos 36 que compõem a campeonato.

A maioria dos surfistas é acompanhada por dois seguranças quando entram e saem das baterias, para evitar abordagens, digamos, mais exaltadas. Slater precisa de pelo menos doze. Momentos antes de sua saída, é comum ouvir seguranças falando ao público: “Galera, sem confusão, oK?”.

O Rio de Janeiro, que sofreu um hiato de competições internacionais entre 2002 e 2010, ainda não se acostumou com a presença dos surfistas do WCT, e dificilmente se acostumará. Enquanto o nível de performance subir a cada ano, as praias continuarão lotadas para o WCT. A final desta etapa, decisiva para a corrida ao título mundial, deve ser disputada até o próximo dia 19. 

* Repórter fotográfico e surfista amador.