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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Esporte

Técnico Dunga divide os estudantes

Gustavo Coelho - Do Portal

23/06/2008

A Seleção Brasileira é a única que disputou todas as 18 Copas do Mundo. É dona do recorde de cinco títulos mundiais, que renderam ao Brasil o justo apelido de “país do futebol”. Ultimamente, porém, o time canarinho empacou. Perdeu para a Venezuela (2 a 0), pela primeira vez na história; e para o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa. Está em quinto no torneio, atrás de Paraguai, Argentina, Colômbia e Chile. Como manda a tradição, torcedores culpam o técnico. Outros defendem Dunga. Acreditam que ele conseguirá cumprir a promessas de fazer o Brasil voltar a jogar como Brasil. A polêmica ecoa pelos Pilotis da PUC-Rio.

Alunos divergem ao avaliar as causas da má fase da Seleção. A maioria acompanha o coro dirigido ao treinador pelos 60 mil que assistiram ao tedioso empate sem gols com a Argentina, dia 18 de junho, no Mineirão. Cansados com a falta de criatividade, apelaram: "Adeus, Dunga, adeus, Dunga". O treinador diz que fica. Pelo menos até a Olimpíada de Pequim, em agosto, a permanência dele é certa. Para Bruno Brandão, estudante do sexto período de História, o tempo de Dunga no comando do Brasil se esgotou :

– Precisamos de um técnico de verdade. Há vários jogadores bons em times do Brasil que podem ser convocados. A Seleção precisa trocar os laterais e algumas peças do meio campo. Ainda há muito que melhorar. Só a volta do Ronaldinho Gaúcho não vai resolver.

Os recentes contratempos nas Eliminatórias criam um cenário impensável há pouco tempo: ficar de fora da Copa de 2010. Embora confie na recuperação da Seleção, Bruno Scarpelli, do oitavo período de Comunicação, admite que o risco é grande:

– Se continuar assim, o Brasil terá problemas para se classificar para a Copa. O Dunga está no caminho errado. A Seleção não consegue formar uma base, a escalação é sempre diferente. Espero que entre logo um técnico de ponta e o Thiago Silva seja escalado.

A falta de confiança atinge até aqueles para os quais o futebol não faz parte da rotina. Nem por isso abdicam da tradição de malar o técnico quando o Brasil vai mal. Bernardo Jacob, do sexto período de Comunicação, traça um diagnóstico da crise:

– Falta capacidade e mão-forte no comando do time. Dunga vem convocando muita gente que não consegue se entrosar.

Alguns discordam que a demissão de Dunga seja a melhor opção. Aluno do terceiro período de Economia, Lucas Dupim argumenta que a permanência do técnico fundamental para a reabilitação do Brasil nas Eliminatórias e o sucesso nos Jogos Olímpicos de Pequim:

– Por enquanto, ele tem que ficar. Se o Dunga sair agora será pior. Vai atrapalhar a preparação da Seleção Olímpica. Mas, caso o time não embale depois dos Jogos, aí talvez seja a hora de trocar o técnico.

Beatriz Rossi considera exageradas as críticas ao treinador. Para a aluna do terceiro período de Comunicação, a má fase é resultado da baixa qualidade da nova geração de jogadores:

– Não é certo colocar a culpa toda no Dunga. Ele já não tem tantas opções quanto os técnicos anteriores. A Seleção não empolga, está ruim mesmo. Mas vou continuar assistindo aos jogos.

O próximo jogo do Brasil nas Eliminatórias será contra o Chile, em Santiago, no dia 9 de setembro. A Seleção Olímpica disputa os Jogos de Pequim a partir de 7 de agosto, contra a Bélgica. O Brasil está no Grupo C, ao lado também de China e Nova Zelândia.