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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Meio Ambiente

Museu do Meio Ambiente é reaberto com mostra Meu Meio

Ligia Lopes - Do Portal

03/07/2012

 Divulgação/Marcos Gonzalez

Depois de dois anos com as portas fechadas para uma "interferência predial", o Museu do Meio Ambiente (MuMA) foi reinaugurado no dia 13 de junho com o objetivo de conectar pessoas às questões ambientais. A novidade é a grande aposta do Jardim Botânico para servir também como “corredor cultural”: agregar, ao perfil contemplativo, atividades associadas a pesquisas sobre ecologia, conservação da biodiversidade e combinação entre estudo científico e cultura.

– Em 2008, o prédio do museu estava restaurado para exercer apenas funções administrativas e não como museu. O esforço que tivemos nesses dois anos foi transformá-lo em algo que abrigasse essa função – explica a diretora do MuMA, Lidia Vales.

A transformação foi longa e cara. Boa parte dos R$ 5 milhões vindos do fundo cultural do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) foi aplicada em avanços tecnológicos, como controle de climatização e umidade para cada ambiente, dispositivos de segurança patrimonial, recursos de áudio e vídeo, tratamento acústico e trilho de iluminação (luminotécnica), “tudo em padrões internacionais”. O investimento se converteu também em dois novos programas, que se juntam às exposições temporárias: o Educativo, voltado às crianças, com atividades que promovem aprendizado ecológico por meio de brincadeiras; e o Meio Ambiente em Debate, com discussões periódicas sobre temas ambientais polêmicos.

– Nós queremos ser reconhecidos como o lugar onde as questões socioambientais estão sendo debatidas, e essa programação se renova toda semana. Umas das questões levantadas na Rio+20 é que a sociedade civil tem que participar. A questão socioambiental deve estar incorporada no dia a dia das pessoas. Os visitantes, ao vivenciarem os nossos programas, saem daqui e podem exercer a sua cidadania, fazer opções não só como consumidor, mas como cidadão mais consciente e consequente – afirma Lidia.

O supervisor das ações educativas do museu, Anderson Barreto, de 24 anos, observa que, apesar da reinauguração recente, o público já indica uma adesão forte ao desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável:

– É interessante como um tema tão complexo atinge até as crianças mais novas. Isso acontece porque construímos os conceitos sustentáveis de maneira lúdica – explica Anderson, lembrando que o programa Educativo tem recebido de 80 a 100 visitantes por dia.

A exposição que retoma as atividades do museu é a Mostra Meu Meio, com curadoria de Marcello Dantas e coordenação de Marta Porto. Meu Meio traz a proposta de "integrar homem, meio ambiente e arte através da interatividade". A iniciativa, segunda edição do Projeto Marco Universal, se espalha pelas quatro salas do segundo andar com quatro focos temáticos: Equilíbrio, Eu Meio, Os Desafios e Sistema.

Em Equilíbrio, os visitantes são convidados a se equilibrar em pranchas que representam problemas do planeta – êxodo, lixo e energia, que estão “desequilibrados”. Na sala Eu Meio, um boneco representa a relação do homem com a natureza, mostrando que ações externas podem ser refletidas no próprio corpo humano.

Já na sala Os Desafios raios laser saem de um mapa mundi para indicar que ações numa parte do planeta geram impactos no outro lado: é o efeito borboleta. O espectador encontra ainda, em Sistema, vídeos cujos temas – corpo, florestas e água – propõem reflexões ambientais.

O estudante de biologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lucas Siqueira, de 21 anos, que veio ao Rio participar da Cúpula dos Povos, na Rio+20, há 10 dias, visitou o museu com um grupo de colegas universitários. Ele considera a novidade uma forma eficiente de se construir uma cultura sustentável, pois “mexe com a percepção”.

Meu Meio, em cartaz até 12 de agosto, busca imergir os visitantes em experiências que os façam perceber os "apelos do mundo". Uma equipe de oito monitores ajuda os viistantes nesse mergulho, fornecendo informações sobre o conteúdo exposto, para que o público possa interagir melhor com os objetos e, assim, faça descobertas por meio da própria percepção.

– As perspectivas acabam sendo bem diferentes, até porque a idade do público é bastante variada – explica o monitor Pedro Poncioni, de 27 anos.