Igor de Carvalho - Do Portal
01/11/2011No vácuo do lançamento da Agenda Ambiental e em compasso com a busca global de energias alternativas, a PUC-Rio se lança em um novo desafio: um sistema para captação e utilização de energia solar. Neste segundo semestre, o Instituto Gênesis passa receber os equipamentos necessários (placas fotovoltaicas) para captar a energia proveniente do sol. Responderá por cerca de 10% da energia consumida pelo Instituto. Apesar de ainda ser uma quantidade restrita (10 Kilowatt), a experiência servirá de base para pesquisas na área e para o aproveitamento desse tipo de energia em outros espaços na universidade e, sobretudo, fora dela.
À frente da iniciativa está o professor Alcir de Faro Orlando, do Departamento de Engenharia Mecânica. Ele é responsável pelo Laboratório de Avaliação Metrológica e Energética (Lame), que se encontra na fase de certificação de equipamentos para sistemas fotovoltaicos, como baterias, inversores e controladores de carga. Um dos principais objetivos desse projeto piloto é testar a operacionalidade do sistema para captação de energia solar e a transformação em eletricidade.
– Queremos adquirir experiência nisso. Em termos ambientais, é muito interessante. Gostaríamos também de usar isso no ensino e na pesquisa – destaca Alcir.
O professor explica que esse modelo de energia ainda é adequado só a capacidades pequenas, como a que vai ser gerada para o Instituto Gênesis:
– Logicamente, quando comparamos com o campus, que consome cerca de 4.000 kilowatts, esse primeiro passo ainda não tem como alterar essa realidade. Mas a gente tem a oportunidade de testar essa tecnologia aqui, e eventualmente poderemos colocar em outros lugares.
Os painéis fotovoltaicos – placas que captam os raios solares, para a conversão em eletricidade – têm capacidade para garantir o fornecimento energético por aproximadamente 25 anos. Embora a expansão desse modelo para outros pontos do campus, Alcir alerta que se deve “examinar com calma”, pois essa tecnologia exige um vasto espaço para captação.
– Para a gente ampliar o uso de energia solar, é preciso um grande espaço. Fora do país, existem campos imensos com a geração de 1 megawatt – observa o especialista.
O professor de engenharia mecânica da PUC-Rio Washington Braga, diretor de admissão e registro da universidade considera a energia ”magnífica”. Mas ressalva:
– Se puséssemos placas de energia solar cobrindo todo o lago do Itaipu, geraríamos três vezes mais energia do que a hidrelétrica, mas a um custo dez vezes maior. E ainda teríamos o custo dos painéis, pois não há o suficiente.
O professor Alcir esclarece que o objetivo do novo sistema não é fazer da energia solar a principal fonte energética da universidade, até porque não há área suficiente para contemplar a produção necessária à demanda, “mas utilizar o conhecimento adquirido para outras regiões no Brasil”. Depois da instalação das placas e do início da captação dos raios solares, será iniciada a fase de análises:
– Vamos monitorar o uso da energia solar, o quanto e como estaremos realmente utilizando. Essas pesquisas ajudam a análise da viabilidade econômica do sistema e, em termos mais amplos, ao avanço da matriz energética – ressalta Alcir.
O professor Fernando Walcacer, vice-diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) e coordenador da Comissão de Sustentabilidade, responsável pela elaboração da Agenda Ambiental, acredita que é preciso e possível alterar essa matriz energética. Ele pondera, no entanto, que "isso não será feito da noite para o dia". Na opinião de Walcacer, seria interessante “começar a repensar a arquitetura de alguns prédios na PUC” para se adaptarem a essa tecnologia; e assim caminhar rumo a uma dependência menor de fontes elétricas convencionais, como de geradores a diesel, utilizados em horários de maior pico, entre 18h e 19h.
Energia solar no Brasil
Em entrevista ao Portal PUC-Rio Digital, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou que o “incentivo ao uso energia solar passa por investimentos em tecnologia para viabilizar o mercado nacional dessa fonte para geração de energia elétrica, no caso a energia solar fotovoltaica”.
Por outro lado, o uso de energia solar térmica, que serve ao aquecimento de água, já possui viabilidade. O avanço depende, entretanto, de uma política mais abrangente nesse sentido. O modelo já é colocado em prática no programa Minha Casa Minha Vida, que financia os sistemas solares para aquecimento de água.
– Além disso, o Ministério do Meio Ambiente está coordenando um grupo interinstitucional para fomento a essa fonte de energia para além do Programa Minha Casa Minha Vida, com ações de sensibilização local para o uso do solar, cursos de capacitação de mão de obra, etc. O uso desse tipo de energia tem a capacidade de aliviar o sistema elétrico nos momentos de pico de demanda por energia, entre 18h e 19h, para o aquecimento de água nas residências – justificou a ministra.
Vantagens e desvantagens das fontes alternativas
Solar
Prós:
Contras:
Hidráulica
Prós:
Contras:
Biomassa
Prós:
Contras:
Eólica
Prós:
Contras:
Nuclear
Prós:
Contras:
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