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Rio de Janeiro, 27 de abril de 2024


Ciência e Tecnologia

Educação geográfica se impõe contra a desigualdade

Igor de Carvalho - Do Portal

21/10/2010

“O modelo neoliberal de governo causa destruição e grandes problemas para a humanidade“, afirmou o professor da Universidade Autônoma de Madrid (Espanha) Clemente Herrero Fabregat, na palestra Um modelo para análise crítica do mundo atual: globalização e meio ambiente, que integrou a série de debates promovida pelo  I Simpósio Internacional Geografia e Meio Ambiente na PUC-Rio, encerrado ontem. Para Clemente Fabregat, o avanço sovial e o desenvolvimento de "valores capazes de criar soluções" exigem uma reflexão crítica por todos os níveis de educação:

– Uma das funções da universidade é desenvolver o pensamento crítico da sociedade, aguçar a noção de pertencimento ao mundo e, ao mesmo tempo, fazer o mundo. Esta é a grande missão – ressaltou o espanhol à plateia formada por professores e estudantes.

Segundo Clemente, a humanidade enfrenta quatro grandes problemas: a dominação de espaços geográficos por meio da força militar; a dominação econômica, crescente com a globalização; a destruição da biosfera; os desníveis socioeconômicos, com aumento das migrações. Para o professor, a educação geográfica pode contornar essas dificuldades:

– Como educador, busco desenvolver a consciência crítica nas pessoas. Com os problemas ambientais, torna-se importante explicar o conceito de desenvolvimento sustentável, realizar uma educação ecológica e promover a gestão social dos recursos naturais. Nas questões sociais, deve-se estimular o respeito entre as pessoas, o laicismo na sociedade e o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, tecnológico, ambiental.

Na visão do professor Clemente, a globalização  – a “geopolítica cibernética” – acentuou as dificuldades enfrentadas pela sociedade. Fazendo referência ao geógrafo brasileiro Milton Santos (morto em 2001), o especialista argumentou que, apesar desse fenômeno ter possibilitado o surgimento de novas tecnologias e de produtos modernos para o consumo, a globalização não acabou com as desigualdades, com a miséria e a fome.