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Rio de Janeiro, 8 de maio de 2024


Ciência e Tecnologia

Modernos gladiadores

Luigi Ferrarese - Do Portal

23/06/2009

Divulgação

Nada de César Cielo, Cristiano Ronaldo ou Maurren Maggi. Na PUC-Rio, o campeão mundial tem 54 quilos de fios e metais. Seu nome é Touro. Criação da equipe Riobotz, ele está entre os melhores no combate de robôs. Um cilindro de doze quilos gira a mais de seis mil rotações por minuto para arremessar seus adversários. O projeto é desenvolvido por alunos de Engenharia da Universidade, sob supervisão do professor Marco Meggiolaro.

Em território nacional, a Riobotz é imbatível. Seus robôs a levaram à conquista de cinco títulos brasileiros. A disputa fica mesmo para a Robogames.

- É um evento mundial de robótica. Tem vários tipos de categorias: sumô, humanóides, tudo. Combate de robôs é uma delas - explica Marcos Marzano, aluno do sétimo período de Engenharia de Controle e Automação.

O Laboratório de Robótica compete em diversas categorias de peso em combate de robôs, hockey e sumô. Para o evento deste ano, pretende inscrever um novo concorrente. Descendente da dinastia Touro, Maximus pertence à divisão Peso Pesado, para competidores de até cem quilos. As regras são bastante detalhadas, especialmente em relação à segurança.

- Pode ser usado qualquer tipo de material, desde que não seja tóxico. Existem restrições quanto às armas. Não pode ter nenhum projétil, senão seria perigoso - conta o professor Meggiolaro.

Ainda assim, a liberdade técnica para elaboração dos projetos é grande. Há modelos dos mais diferentes tipos, com variadas estratégias de combate. Os materiais utilizados são de alta tecnologia. Motores, baterias e acabamento são feitos com os mais avançados recursos.

- Ele tem toda uma proteção de titânio, que é um material bastante leve, mas muito resistente, difícil de achar no Brasil. Tem kevlar, que é um tecido amarelo usado em colete à prova de bala. Você não vai encontrar um motor elétrico com mais potência, com esse peso e tamanho - afirma.

As descobertas são compartilhadas com os adversários. O objetivo é estimular a ciência, e não apenas enfrentar os oponentes. O conhecimento é empregado em várias áreas, inclusive em usinas nucleares.

O combate de robôs está longe de ser uma excêntrica brincadeira. Mas isso não é razão para que os engenheiros não se divirtam. Até mesmo um baralho de Super Trunfo já foi criado com inspiração nas máquinas que se digladiam na arena. As cartas apresentam projetos de vários países e ajudam a difundir a modalidade. Para quem trabalha no laboratório, é importante que a atividade seja muito mais do que somente apertar porcas e parafusos.

- A gente diz que todo mundo é que nem Bombril, faz um pouquinho de tudo. Tanto na parte de usinagem, fresa, torno, quanto na hora de projetar os robôs - atesta Marzano.

Os prêmios e o reconhecimento internacional fazem valer todo o suor.


Robogames 2009

Na última edição da mais importante competição mundial de robótica, realizada entre os dias 12 e 14 de junho, a Riobotz mais uma vez conquistou importantes títulos. As duas medalhas de ouro vieram na modalidade de sumô. Entre as máquinas autônomas de até três quilos, Pé de Boi derrotou Boi da Cara Preta, ambos representantes da equipe da PUC-Rio. Eles também fizeram a final entre os robôs comandados por controle remoto, mas dessa vez inverteram as posições.

No combate de robôs, Micro Touro+ honrou a sua linhagem de vencedores. Conquistou a medalha de prata na categoria de autônomos de até três libras, cerca de 1,3 quilos. Pocket Touro levou o bronze entre os de até 150 gramas.