“E o Brasil, hein...”. O comentário solto no ar num papo de elevador no prédio Kennedy não esperava outra resposta: “Pois é...”. As opiniões dos alunos da PUC-Rio refletiam a estréia vitoriosa mas apagada da seleção brasileira na Olimpíada de Pequim. Quem acordou às 6h para ver o Brasil superar a Bélgica, com o gol de Hernanes, misturava uma certa frustação com a esperança obrigatória de torcedor.  

Com os pilotis lotados na volta as aulas, poucos estapavam a camisa verde-amarela. Outras cores davam mais ibope. Em rodinhas, os estudantes comentavam empolgados a vitória do Fluminense sobre o São Paulo (3 a 1) e a derrota do Flamengo para o Goiás (2 a 1). Vestido de tricolor, e talvez animado pela triunfo de um Fluminense em busca da recuperação, Ronaldo Bastos levantou cedo para ver o Brasil. Ficou ligeiramente arrependido:

– O Brasil jogou mal. Quem não viu o jogo não perdeu nada. Eu já esperava isso – lamentou.

Seu amigo Thiago acendeu a polêmica. Denfendeu a seleção de Dunga e Ronaldinho:

– O que interessa é que ganhamos. Não importa o placar – rebate.

Um outro grupo de amigos comentava o jogo com mais ênfase e menos tolerância. Elegeram  Ronaldinho Gaúcho o vilão.

– A gente sempre fica naquela expectativa de o cara fazer uma jogada desconcertante, mas nada acontece. Fazer o quê? – indaga, resignado, Carlos Vicente, aluno de Comunicação.

O colega Luiz não viu a partida, mas assistiu ao replay do gol de Hernanes pela internet. Deduziu que o gol foi melhor que o jogo:

– Foi uma jogada bonita até, mas ele levou um pouco de sorte. O Brasil fez o dever de casa. Contra a Bélgica, e com um jogador a mais, o time tinha a obrigação de vencer – ponderou o estudante. 

Entre todos, uma unanimidade: Olimpíada não é Copa do Mundo. Mas a torcida continua. Comandada por Ronaldinho, Diego e Pato, a seleção masculina enfrenta a Nova Zelândia na próximo domingo, às 6h (horário de Brasília)