Anabelly Pontes, Flavia Boabaid, Paulo Henrique Andrade e Thaís Miquelino - Da sala de aula
Nós nascemos nus. Nus e coloridos. Plurais, multifacetados, diversos, ecléticos – um caleidoscópio de p e rcepções. Mas enquanto cre scemos, nossas cores vão sumindo, vão sumindo..., vamos ficando embotados e aos poucos nós vamos sendo adestrados a pensar em preto e branco, a ver o outro com uma lente preta e branca, a viver em preto e branco. Como num filme em preto e branco de Chaplin, passamos a apertar sem parar nossos parafusos mentais, brancos e pretos, pretos e brancos, mecanicamente. Será isso Modernidade? Ou será M o d e rnidade o resgate de nossa aquarela primordial? Não sabemos, mas nos propomos a estudar o assunto em Eclética, até porque é este o nosso nome...
Neste número, convidamos os leitores pretos, os leitores brancos, e também os mulatos, os amarelos, os vermelhos, os verdes, os azuis..., para uma jornada no mundo do preto e do branco. Um mergulho nada maniqueísta nos mistérios do yin e do yang, e nos segredos da magia branca e da magia negra. Um resgate da memória do cinema em preto e branco, das estripulias de Oscarito e Grande Otelo, e da força artística e poética da fotografia branca e preta. Vamos dar uma espiada no exotismo dos góticos, com suas roupas pretas, no lirismo dos eclipses que transformam o claro em escuro, no eterno balanço da natureza que alterna a noite e o dia, a Lua e o Sol.
Claro, não vamos nos esquecer de dar uma chamada para a realidade dos contrastes sociais que separam negros e brancos em nossa sociedade, para a dura vida de um continente chamado África, e para a bravura das Candaces, as mulheres negras guerreiras que foram o tema da escola de samba Salgueiro em 2007. Vamos ouvir juntos a música negra, a música branca, e com elas vamos dançar no calçadão de Copacabana, com suas marolas onduladas em preto e branco, suas pedras portuguesas sem igual.
Engula seu racismo, se puder, e venha bater bola conosco. Tente entender por que Michael Jackson mudou de cor, ou por que nem tudo na vida é preto no branco. Afinal, há também o cinza... Tente decifrar o que há por trás do xadrez, esse jogo mágico de pedras brancas e pretas. Se não conseguir, saia conosco de luto, ou vista aquele básico prét-a-porter. Decore seu apê nas duas cores, se quiser, mas não deixe de nos chamar para o regabofe. Lagosta, caviar, trufas, e... lógico, nosso querido feijão com arroz, bem brasileiro. O casamento do preto e do branco já está marcado. Agora só falta você... Bon voyage.
- Da sala de aula
1 - um instante em preto e branco.pdf- Da sala de aula
2 - cinema das origens ao filme cult.pdf- Da sala de aula
3 - arte em preto e branco.pdf- Da sala de aula
4 - o preto e o branco na música.pdf- Da sala de aula
5 - its black, its white, its michael.pdf
- Da sala de aula
6 - góticos, a vida em preto.pdf7 - luz ou trevas.pdf
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8 - magia branca e negra.pdf- Da sala de aula
9 - yin-yang a busca pelo equilíbrio entre opostos.pdf- Da sala de aula
10 - 24 horas de contrastes.pdf11 - eclipses.pdf
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12 - o preto no branco.pdf- Da sala de aula
13 - o calçadão de copacabana.pdf- Da sala de aula
14 - um, dois, feijão com arroz.pdf15 - áfrica continente em agonia.pdf
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16 - a força da mulher negra.pdf- Da sala de aula
17 - caldeirão de raças, sopa de desigualdade.pdf- Da sala de aula
18 - racismo no futebol.pdf- Da sala de aula
19 - preto e branco nos clubes de futebol.pdf- Da sala de aula
20 - por trás dos tabuleiros.pdf- Da sala de aula
21 - o anúncio da dor.pdf- Da sala de aula
22 - nem preto nem branco com vocês o cinza.pdf- Da sala de aula
23 - bom gosto e elegância.pdf- Da sala de aula
24 - casamento da mitologia aos estilistas.pdf- Da sala de aula
25 - dupla ilimitada.pdf- Da sala de aula
26 - as cores que mudam com o tempo.pdf