Andy Warhol foi um artista à frente de sua época. Ele uma vez disse que “com o mundo mudando tão depressa, não existe a chancede encontrar a imagem de sua fantasia quando vocêestiver pronto para ela”. O grande nome da pop art previu, na década de 1980, as grandes mudançasque a pós-modernidade iria trazer ao ser humano, dentre elas a perda de seu olhar fantasioso. Diante de uma sociedade com tecnologia desenvolvida,informações instantâneas e baixo grau de imaginação,o homem vive a era da realidade excessiva.
Porém, a fantasia nunca se desassocia do homem.Tal qual a ficção, o homem sonha de olhos abertosconstantemente, procurando seu refúgio em um marde preocupações e tarefas. A pós-modernidade trouxeao homem novos métodos para saciar seus anseios mais profundos e secretos, enquanto a realidadedisputa a atenção com o ímpeto do desejo.
A rotina intensa da cosmopolita metrópole cariocaentra em conflito com a fantasia do Carnaval emmeados de fevereiro. Ou então com o time do aficcionado.Talvez até com o imaginário popular da sensualidadeda mulher carioca de biquíni em Ipanema.
A fantasia vive dentro de cada um e se manifesta dediferentes maneiras, em múltiplas esferas. Nas artes,podemos ver a fantasia no cinema, no teatro, na televisãoe também na literatura infantil de MonteiroLobato. Tudo é realidade, tudo é fantasia.
Como Machado de Assis brilhantemente escreveuem seu célebre livro As memórias póstumas de Brás Cubas, a realidade, às vezes, nos obriga a viver a rotina nua e crua, mas quando observamos o psique de cada um vemos a fantasia lá, bem escondida pelofiltro da realidade: “Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero,derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidadepura é que eu almocei, como nos demais dias…”.
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