O século XXI começa com muitas dúvidas. Onde estará nosso futuro glorioso? E nossos carros voadores que nos Iivrariam dos engarrafamentos? A fome, a violência, a intolerância não deveriam ter ficado para trás? Em pleno ano 2001, traçar um perfil- ou apenas algumas considerações - a respeito de quem somos, o que queremos e o que pensamos, está cada vez mais diffcil. Afinal, quem somos nós, os brasileiros?
Diante de tantos pontos de interrogação, apresentamos mais um número da Revista Eclética. Pensando no que poderia representar nosso povo, nossa cultura e, desta forma, oferecer elementos para discutir algumas dessas perguntas, os alunos do primeira semestre de 2001, da disciplina Edição em Jornal, Radio e Televisão do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, elegeram a música como o tema da 12ª edição da revista. Além de um novo projeto gráfico, a primeira Eclética do século XXI também estréia uma parceria com os alunos da discipIina de FotojornaIismo que, orientados pelo Prof. Paulo Rubens da Fonseca, criaram imagens inspiradas no nosso tema - e cujo resultado poderá ser visto em algumas fotos pubIicadas nesta edição.
Para abrir este número, entrevistamos o jornaIista e critico musical Roberto Moura, que fala sobre sua atividade e discute o momento da música popular brasileira. Em seguida, voltamos ao seculo XVI, num passeio no tempo que nos permite enxergar a atual segmentação do mercado musical como uma forma de solução para o sufocamento que nos é imposto pelas grandes gravadoras.
Os famosos festivais de música dos anos 60 - que revelaram nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil - foram relembrados. Além disso, o fracasso na tentativa de reeditá-los, feita pela Rede Globo, também está presente. Assim como a discussão a respeito da contracultura e de sua real existência ainda hoje.
Olhando nossas mudanças tecnológicas, a música nos tempos de internet e a questão dos direitos autorais no Brasil também foram abordadas. Estaríamos diante do fim dos CDs, assim como aconteceu com o já distante vinil?
Em outro artigo, a situação dos artistas que deixam o Brasil para fazer sucesso lá fora - e conseguem - será analisada. Nada mais representativo do nosso restrito mercado, que fabrica seus próprios ídolos, dispensando sua criatividade genuína. Incluimos ainda um enfoque sobre o mercado da música infantil, tão próspera e fecundo nos anos 70 e 80, e praticamente inexistente nos dias de hoje.
Fechamos esta edição retratando dois generos musicais: O forro e o hip hop. o primeiro, saiu do Nordeste e conquistou o pais. Os depoimentos de forrozeiros, atirmando que mudaram seus estilos para fazer sucesso no eixo Rio-São Paulo, ilustram como funciona nosso mercado. Já o hip hop carioca e mostrado como um movimento de protesto e alto teor politico - e a música feita pelos pobres.
Ao mesmo tempo que entendemos a música como parte importante da nossa cultural sabemos que, ao entrar no mercado de trabalho, precisaremos aprender a lidar com a indústria cultural. Foi com este espirito que realizamos está revista, procurando debater não o que e um som bom ou ruim, mas buscando revisitar algumas questões que estão presentes na criação, produção e comerciaIização da música brasileira, independente de gostos ou tendências.
- Da sala de aula
1 - o jornalista da música.pdf- Da sala de aula
2 - segmentação, independência e mercado musical.pdf- Da sala de aula
3 - por onde andam os festivais.pdf- Da sala de aula
4 - mais um tijolo no muro.pdf- Da sala de aula
5 - indústria musical e internet.pdf- Da sala de aula
6 - o direito autoral na indústria da música.pdf- Da sala de aula
7 - made in brazil.pdf- Da sala de aula
8 - por onde andará a música infantil.pdf- Da sala de aula
9 - brasil dança ao som do forró.pdf- Da sala de aula
10 - hip hop carioca.pdf