O grande sucesso das redes sociais está criando novas oportunidades de emprego em comunicação, especialmente associadas à relação entre empresas e clientes. Em palestra na PUC-Rio sobre "Crises corporativas: como gerenciá-las”, a diretora da iDigo (Núcleo de Inteligência Digital) Andréa Dunnigham apresentou novas formas pelas quais as marcas ampliam o diálogo com os consumidores: produção de conteúdos digitais; “alimentção” dos perfis das redes sociais; e monitoramento das críticas e sugestões, via internet, sobre um produto ou serviço.
– Muitos estudantes estão saindo das universidades para trabalhar direto com redes sociais. Esse se tornou um ponto forte de contato entre uma empresa e seus clientes – observa Andréa.
Em outra palestra, também na PUC-Rio, o diretor de comunicação corporativa do Google Carlos Félix Ximenes, destacou que o advento da chamada web 3.0, caracterizada pela possibilidade de "qualquer pessoa publicar um conteúdo na internet", aponta para o crescimento das oportunidades associadas ao avanço dos sistemas de armazenamento e veiculação de conteúdos na internet. Para ele, a “revolução da mobilidade” impulsionada com a sofisticação dos celulares e o surgimento dos tablets, nos apresenta uma nova forma de ser comunicador:
– Muitos estudantes de jornalismo pensam em ser âncoras de telejornais. Eles deveriam aproveitar a nova realidade digital para empreenderem trabalhos nessa área, ampliando as opções de mercado.
Em meio ao constante debate sobre a sobrevivência de tradicionais plataformas de mídia, como jornais impressos, revistas, rádio e televisão, o diretor do Google acredita que "eles precisam achar um novo modelo”:
– O rádio passou por um momento de baixa, mas conseguiu se beneficiar muito com a internet. As revistas e jornais precisam se modernizar. Até porque cada vez mais as pessoas têm tido uma sede por contribuição. São os cidadãos-jornalistas. Eles querem contribuir. Assim, é necessário o aprimoramento dessa possibilidade de se publicar na internet.
Para a diretora da iDigo, o novos consumidores, categorizados como 2.0, "desejam conversar com as marcas e os produtos", o que sido possibilitado principalmente pelos novas plataformas de "comunicação instantânea" na internet. Por outro lado, as próprias empresas começam a aumentar a participação nas redes e buscam envolver seus prováveis clientes.
– A presença dos consumidores na web apresenta tanto uma ameaça quanto uma oportunidade – avalia Andréa – Se por um lado é uma chance de empresas falarem de uma forma diferente com seus clientes, esses também podem disseminar críticas às empresas.
Com a web 3.0, críticas e denúncias (consistentes ou equivocadas) chegam em "tempo real" à internet, inclusive na forma de vídeo ou imagem, e rapidamente se multiplicam na rede. Para tentar controlar essa disseminação, Félix recomenda centrais de monitoramento:
– As empresas não têm como controlar toda a situação. Não há como censurar. O Google, por exemplo, utiliza os fóruns, nos quais os próprios usuários ajudam outros a resolverem seus problemas com determinado site ou aplicativo.
Embora possam multiplicar a imagem positiva de uma marca, produto, empresa, as redes sociais também podem, na mesma proporção, gerar prejuízos de imagem (algumas vezes convertidos em prejuízos financeiros) e preocupações diárias no mundo corporativo. O ruído de comunicação – conflito entre a mensagem que a empresa deseja transmitir e a percepção do consumidor – é não raramente resultado até do uso "inadequado" das redes sociais pelos próprios funcionários. Para Andréa Dunnigham, transparência e rapidez nas respostas aos usuários, especialmente em relação a conteúdos críticos, aumentam a chance de construção de uma imagem positiva.
– As empresas tentam responder mais rapidamente aos comentários dos consumidores, nas próprias redes. A ferramenta deve ser usada com inteligência. Só que, algumas vezes, empresas usam as redes sociais de forma errada – diz Andréa. Ela aponta 10 cuidados para se manter uma boa prática das redes sociais por empresas:
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