Evandro Lima Rodrigues - Do Portal
28/10/2010Informações simultâneas, em tempo real, interativas. Os novos atributos da comunicação representam novas oportunidades, comportamentos, qualificações. A jornalista do InfoGlobo Adriana Barsotti apontará, sexta-feira, às 13h, na PUC-Rio (sala 102-k), caminhos para ajustar a formação profissional às demandas multimídia. Com base em informações colhidas em visitas recentes a empresas jornalísticas dos EUA, Adriana mostrará como jornais americanos estão se articulando com a internet.
Iniciativa do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio – em parceria com o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, a Federação Nacional dos Jornalistas e a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação –, o encontro Transformações contemporâneas no jornalismo: a era digital e as diretrizes curriculares específicas discutirá também avanços necessários à formação do jornalista. Para a professora e advogada Leise Taveira, uma das organizadoras, a proposta é “observar o que há de tendência no mundo com uma perspectiva de atualização”.
Depois da apresentação de Adriana, as novas Diretrizes Curriculares para o curso de jornalismo serão debatidas por profissionais, professores e estudantes. Segundo o coordenador de jornalismo da PUC-Rio, Leonel Aguiar, também organizador do encontro, será uma oportunidade para a discussão em torno de visões plurais. Participarão do debate, previsto para as 15h, também na 102-K, o diretor da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecos) Thiago Santos; e a diretora da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Carmen Pereira.
Segundo Leise as “recentes e significativas” transformações nos meios de comunicação exigem uma reflexão cuidadosa sobre o futuro da informação eletrônica, com a internet. Ela ressaltou a importância do veículo para a democratizar a informação. Ações como o projeto Ficha Limpa – que mobiliza, a partir da rede, a identificação de candidatos em dívida com a Justiça – é, segundo a professora, um exemplo positivo do uso de novas mídias. Ela ressalva, no entanto, que a rapidez e o acesso facilitado podem ser usados de forma leviana, como na depreciação da imagem de uma pessoa.
– Mal utilizada, a internet pode ser vista como um mecanismo de repressão. Já vivemos num Big Brother. Devemos saber usá-lo a nosso favor – observa.
Nesse momento de “transformações aceleradas”, Leise vê nas palestras, seguidas de debate, uma oportunidade para estudantes de jornalismo e publicidade observarem as tendências no mundo e, assim, poderem se qualificarem para aproveitá-las.
– A atualização tornou-se um processo constante – diz a professora.
A discussão sobre as novas Diretrizes Curriculares para os cursos de jornalismo tem, segundo Leonel Aguiar o objetivo de esclarecer pontos básicos e prioridades debatidos, no dia 8, em audiência pública do Conselho Nacional de Educação. Ainda de acordo com o professor, entidades como a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação, acreditam que as novas diretrizes sejam um caminho para o fim dos cursos.
– No dabate, poderemos esclarecer esse e outros pontos. Será a primeira vez que a Enecos participa da discussão – destaca.
Segundo Leonel, a PUC-Rio já cumpre as orientações das novas diretrizes – o que, entre outros aspectos, aproxima as disciplinas teóricas da área de humanas das disciplinas específicas:
– Por exemplo, a grade tem matérias de formação humanista que vão do primeiro ao sétimo período. E de formação profissional do primeiro ao oitavo. Não era assim. Primeiro estudava-se a teoria e depois a formação profissional. Hoje pretende-se um equilíbrio – explica o professor.
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