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Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2024


Campus

"Sou muito grato à PUC", afirma Hélio Jaguaribe

Thaís Chaves - Do Portal

10/12/2010

 Thaís Chaves

Hélio Jaguaribe Gomes de Mattos, diplomado em direito pela PUC-Rio, em 1946, construiu ao longo de sua vida profissional um admirável currículo. Dentre as funções que exerceu, foi um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (Ibesp), em 1952, e do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), em 1956. Recebeu muitas condecorações no Brasil e no exterior, como a grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico brasileira, em 1996, e Condecoração da Ordem Mexicana del “Aguilla Azteca”, em 1984. Foi secretário do governo federal de Ciência e Tecnologia, em 1992. Em 2005, tornou-se o nono ocupante da cadeira número 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em sucessão ao economista Celso Furtado.

– Sou muito grato à PUC porque é uma instituição que desde a sua origem tinha um alto nível de qualidade. Recrutou professores extremamente competentes e o ambiente do campus era muito agradável – contou.

O principal motivo que levou Hélio Jaguaribe a estudar direito foi, conforme explicou, o fato de ser uma profissão próxima de seus interesses sociais e filosóficos. O triângulo história, filosofia e sociologia integra, segundo Jaguaribe, o conteúdo de várias disciplinas do curso, como, por exemplo, Filosofia do Direito. 

 Thaís Chaves – Na PUC, tive professores que me pareceram notáveis. Um dos que tiveram maior influência na minha juventude é o pensador brasileiro Vieira Coelho, extremamente competente – acrescentou.

As melhores recordações da época de universitário, lembradas pelo cientista político, são o campus aprazível, o contato com os colegas e a “vida extremamente interessante de um jovem que está no começo da carreira universitária”. A PUC-Rio, para Jaguaribe, é uma excelente instituição em todos os aspectos.

Na opinião do sociólogo, que tem 87 anos, o segredo do seu sucesso foi “o curso do tempo”. Conforme ressaltou, a longa trajetória de vida e o interesse pelas oportunidades o possibilitaram alcançar um resultado que diz, com modéstia, “não insignificante”. De acordo com o cientista político, bastava um mínimo de competência para conquistar êxito, tendo em vista o longo tempo em que pôde exercer a profissão.

O professor e escritor acrescentou que morou nos Estados Unidos, após afastar-se do Brasil com o golpe militar. Naquele país, lecionou em diferentes universidades, durante cinco anos. De 1964 a 1966, foi professor da Universidade Harvard, de 1966 a 1967, da Universidade Stanford, e de 1968 a 1969, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). A experiência, segundo contou, foi extremamente gratificante.

– Viver no exterior contribuiu para ampliar minha experiência de mundo – destacou.

Hélio Jaguaribe e sua esposa Maria Lúcia Charnaux tiveram cinco filhos, todos graduados pela PUC. Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1923, filho do eminente geógrafo e cartógrafo da Comissão Rondon (criada com o objetivo de integrar o interior do Brasil a regiões economicamente desenvolvidas, no início do século XX) general Francisco Jaguaribe de Mattos e de Francelina Santos Jaguaribe de Mattos, nascida em Portugal, filha de um grande exportador de vinho do Porto.

Por sua contribuição às Ciências Sociais, ao estudo das relações internacionais e às causas da América Latina, Hélio Jaguaribe recebeu o grau de Doutor Honoris Causa da Universidade Johannes Gutemberg, de Mainz, na Alemanha, em 1983, da Universidade Federal da Paraíba, em 1992, e da Universidade de Buenos Aires, em 2001. 

Em 1999, recebeu do Ministério da Cultura a Ordem do Mérito Cultural, devido a sua contribuição ao desenvolvimento cultural do país. Escreveu livros e desenvolveu estudos, como Um estudo crítico da história, que analisa 16 civilizações a partir da pré-história, elaborado entre 1994 e 1999 e publicado em dois volumes.