O trabalho em equipe, a importância da interdisciplinaridade em concursos, a mudança de emprego necessária para ascensão profissional e o desenvolvimento de novos métodos foram os principais temas explorados no seminário Mercado de trabalho e gerenciamento de carreiras. Realizado na última quinta-feira (19/08), na PUC-Rio, o debate contou com a presença do decano do Centro Técnico Científico (CTC), professor Reinaldo Calixto de Campos, da vice-decana de graduação do Centro de Ciências Sociais (CCS), professora Daniela Vargas, da coordenadora do MBA em Recursos Humanos da universidade, professora Ana Heloísa da Costa, e da professora do Departamento de Psicologia Maracy Gonçalves Alves.
A professora de psicologia expôs sua apresentação inspirada nos principais conceitos do artigo Competências individuais, modernidade organizacional e satisfação no trabalho em estudo diagnóstico comparativo, de Anderson Sant’anna, Lúcio Flávio de Moraes e Zélia Miranda, publicado no RAE-eletrônica, em 2005. Segundo a professora, a importância do sujeito frente ao domínio tecnológico, denominado como modernidade organizacional, é resgatada atualmente pelas empresas. Com isso, são exigidas diferentes atribuições individuais.
– Dentre as competências ressaltadas estão a capacidade de trabalhar em equipe, de comprometer-se com os objetivos da organização e de gerar resultados efetivos. Essas qualidades são pré-requisitos para a inserção no mercado de trabalho – contou.
Na opinião de Maracy Alves, um dos principais objetivos de uma organização é a busca por um trabalho eficiente. No aspecto político, segundo a professora, o regime em vigor pode ser caracterizado como democrático.
O decano Reinaldo Calixto acrescentou, em sua fala, a importância das oportunidades inesperadas, que devem ser aproveitadas, e do processo de criação, como o desenvolvimento de novos métodos.
– Apesar da individualização na busca de um trabalho, não se pode deixar um bom momento passar. Tem que correr atrás das oportunidades – destacou.
Calixto disse, ainda, que o universitário deve buscar obter um conhecimento mais amplo, como o desenvolvimento de atitude empreendedora, em consequência da globalização. As pesquisas em diferentes áreas, segundo ele, podem ser desenvolvidas nas multinacionais instaladas no Brasil.
– Não é necessário se mudar para outro país com o fim de incrementar tecnologias.
A coordenadora Ana Heloísa, por sua vez, explicou os motivos que causaram o fim do trabalho característico do século XX. O emprego vitalício nas grandes empresas foi substituído pela instabilidade e a ideia de “profissão diagonal”, ou seja, para a ascensão é necessária, em alguns casos, a mudança de emprego.
– “Carreira sem fronteiras” é uma das denominações criadas para essa transformação – afirmou.
O desemprego no passado, para a coordenadora, era um problema de responsabilidade social. Atualmente, consiste em uma questão individual. Segundo Ana Heloísa, os aspectos positivos dessa mudança são a liberdade individual e a responsabilidade do sujeito pelo próprio destino. No entanto, uma das críticas prestadas é a falta de controle do indivíduo sobre as variáveis sociais.
A vice-decana Daniela Vargas, em sua exposição, ressaltou os diferentes tipos de emprego e a importância da interdisciplinaridade.
– Quando formado, o universitário pode trabalhar em diferentes áreas como em empresas públicas e privadas, no terceiro setor (ONGs), nos campos de docência e pesquisa ou montar seu próprio negócio – analisou.
O perfil do profissional que trabalha na área acadêmica, conforme disse Daniela Vargas, consiste principalmente em elaborar pesquisas e monitorias. Quem deseja trabalhar para uma instituição privada deve montar o currículo como, por exemplo, aprender idiomas, rendimento acadêmico, experiência internacional e atividades extraclasse.
O concurso público, por sua vez, exige de dois a três anos de preparação após a formatura e dificilmente a aprovação é obtida na primeira prova. Nesse contexto, as redes sociais, de acordo com Daniela Vargas, facilitam a troca de informações com outros candidatos que se submeterão à mesma prova do concurso. A vice-decana acrescentou que na Biblioteca da PUC existem grupos de estudo frequentados, inclusive, por universitários recém-formados.
– Para quem deseja abrir o próprio negócio, a PUC-Rio é incubadora de novas empresas – concluiu.
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