Evandro Lima Rodrigues e Lais Botelho - Do Portal
11/03/2010Indignado com aprovação na Câmara da emenda que altera o modelo de partilha dos royalties do petróleo - e subtrairia cerca de R$ 5 bilhões dos cofres fluminenses -, o governador Sérgio Cabral chorou diante da plateia dominada por estudantes, na PUC-Rio. O desabafo transformou-se num pedido de socorro: "Confio que o presidente Lula vai vetá-la".
Convidado para proferir a Aula Magna Rio de Janeiro no século XXI: perspectivas do desenvolvimento econômico e social, nesta quinta-feira, Cabral detalhou alguns dos desafios do Rio de Janeiro para chegar ao crescimento proporcional à responsabilidade sediar a Copa 2014 e a Olimpíada 2016 - como a modernização do Aeroporto Tom Jobim, "um esculacho", e a expansão do metrô até a Barra. "As obras começarão no próximo dia 20. O projeto prevê as estações na General Osório (Ipanema), no Jardim de Alah, na Gávea e no Jardim Oceânico. É uma ótima notícia para os alunos da PUC", comentou o governador, acompanhado do sorriso de aprovação do reitor, padre Jesús Hortal, S.J. No fim da palestra, Cabral reiterou as críticas em relação ao que considera a maior leviandade parlamentar na história republicana.
- É uma brincadeira de mau gosto. O Rio estaria quebrado. Significaria a morte do estado.
No mais recente capítulo da batalha econômica e política deflagrada com a descoberta do Pré-Sal - de onde se espera extrair o equivalente a 100 bilhões de barris - o plenário da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, a emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) que muda a regra de divisão dos royalties do petróleo. Os recursos não destinados diretamente à União passariam a ser distribuídos entre estados e municípios de acordo com os Fundos de Participação. Assim, os estados produtores, especialmente Rio e Espírito Santo, perderiam bilhões. O texto depende ainda do aval dos senadores e do presidente Lula.
Embora o governo nada tenha feito para impedir a aprovação da emenda na Câmara, Sérgio Cabral reforçou aos estudantes a importância de uma boa articulação com o governo federal para cumprir os avanços econômicos e sociais necessários à responsabilidade de acolher as próximas Copa do Mundo e Olimpíadas. Investimentos em infraestrutura e em segurança são prioritários, ressaltou.
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