Para quem gosta das fotografias da inglesa Maureen Bisilliat, o Instituto Moreira Salles promoverá um evento único. Nesta quinta-feira, 26, a fotógrafa fará uma visita guiada às 18h e explicará aos visitantes alguns detalhes de sua obra e da relação com a literatura. O encontro não para por aí. A partir das 19h, será projetado o documentário Xingu/Terra, produzido pela artista e por Lucio Kodato, na década de 1980, na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu. Os interessados em participar do encontro deverão chegar uma hora antes para a distribuição de senhas.
Desde o dia 8 de outubro, o trabalho da fotógrafa está exposto no Instituto Moreira Salles. A mostra Maureen Bisilliat: fotografias reúne mais de 250 imagens. Entre seus ensaios mais conhecidos estão os que retratam o universo de Guimarães Rosa, os índios do Xingu e os sertões de Euclides. A mostra também abrange os ensaios Pele Preta, Romeiros e de viagens à Bolívia, à China e ao Japão.
O Instituto aproveitou a exposição para lançar o livro de mesmo nome, Maureen Bisilliat – Fotografias, à venda no local. A obra reconstrói a trajetória de 50 anos de atividade da fotógrafa. A própria Maureen editou o trabalho, que reúne doze ensaios fotográficos. As imagens são combinadas a textos de João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Jorge Amado e Euclides da Cunha, entre outros. O livro traz também uma biografia da autora; uma antologia visual das paisagens, pessoas e objetos que a marcaram ao longo da vida; uma reunião das melhores críticas já escritas sobre seu trabalho; e uma bibliografia comentada por Maureen.
Sheila Maureen Bisilliat nasceu em Surrey, na Inglaterra, em 1931. Estudou pintura em Paris, na França, e em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Em 1957, mudou para São Paulo e trocou a pintura pela fotografia. Trabalhou na Editora Abril, na revista Realidade, entre 1964 e 1972. Maureen também é autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha e João Cabral de Melo Neto. Em seu trabalho com fotografias, ela deu início ao resgate da cultura indígena quando captou imagens no Parque Indígena do Xingu, fotos consideradas históricas e antológicas.
Em 1980, a fotógrafa passou a se dedicar ao mundo dos documentários e foi convidada pelo antropólogo Darcy Ribeiro para formar um acervo de arte popular latino-americana para a Fundação Memorial da América Latina. Para tanto, viajou para México, Equador, Guatemala, Peru e Paraguai, recolhendo peças para a coleção permanente do Pavilhão da Criatividade da Fundação, da qual é curadora.
Instituto Moreira Salles
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