"Parece uma fotografia clássica de conflito, mas é simplesmente o despejo de pessoas de suas moradias. Agora a guerra, em seu sentido clássico, está dentro da casa das pessoas porque elas não conseguem pagar suas hipotecas". É assim que MaryAnne Golon, presidente do júri internacional do prêmio de fotojornalismo World Press Photo 2009, explica a imagem vencedora na categoria principal. Ela mostra um policial armado, inspecionando uma casa após o despejo de seus moradores por falta de pagamento. É a crise dos EUA em foco.
A foto vencedora, de Anthony Suau, da Time, é apenas uma das 196 imagens selecionadas para a retrospectiva de 2008 do World Press Photo, em cartaz a partir desta quarta-feira, 29, na Caixa Cultural. A curadoria da exposição é da organização holandesa World Press Photo (WPP), que promove a premiação anualmente.
Por falta de patrocínio, o Rio de Janeiro ficou sem a exposição por dois anos. Desta vez, a cidade é a primeira da América Latina a receber, em 2009, uma das principais mostras de fotojornalismo do mundo, que viaja por vários países. A edição 2008 da WPP registrou um número recorde de inscrições: 5.508 profissionais de 124 países enviaram 96.268 fotos.
Para o produtor Rodrigo Ferraz, da empresa cultural Capadócia, que representa a WPP no Brasil, o número recorde comprova o peso das imagens no jornalismo.
- Isso só mostra que o fotojornalismo não está perdendo força com a fotografia digital. O recorde de participantes afirma justamente o oposto, que o fotojornalismo e a fotografia estão cada vez mais fortes.
A exposição World Press Photo 2009 está na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, de 29 de julho a 23 de agosto, de terça a sábado, das 10h às 22h; e aos domingos, das 10h às 21h. O endereço é Avenida Almirante Barroso, 25, Centro. A entrada é franca.