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Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2024


Campus

PUC por um dia reúne mais de seis mil estudantes

Bruna Santamarina, Carolina Barbosa, Luigi Ferrarese, Paula Araujo, Rafaella Mangione, Suzane Lima, Tatiana Carvalho e Yasmim Rosa - Do Portal

17/04/2009

 Tatiana Carvalho

Mais de seis mil alunos do ensino médio participaram do PUC por um dia, nesta sexta-feira, 17. Por meio de palestras, oficinas e workshops, os adolescentes conheceram os cursos e o campus, e reuniram informações para melhor escolher suas carreiras. Eles foram recebidos pelos próprios universitários, que compartilharam suas experiências e ajudaram na organização.

"Sejam bem-vindos ao PUC por um dia". Assim, o reitor, Pe. Jesus Hortal Sánchez, S.J., abriu oficialmente as portas do campus. O professor Alfredo Jefferson de Oliveira, coordenador central de Graduação, explicou os pontos fundamentais dos cursos oferecidos pelos três centros da universidade: Centro Técnico Científico (CTC), Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) e Centro de Ciências Sociais (CCS).

A programação foi variada. Voltada à apresentação dos aspectos essenciais da PUC-Rio - da tradição de vanguarda acadêmica ao espírito de comunidade - estendeu-se de palestras e oficinas a atividades como corridas de robôs e minibajas nos pilotis e ações interativas sobre nanotecnologia. Carmen Fagundes, organizadora do PUC por um dia, explicou que, como nem todos os alunos podem assistir às palestras, foram criadas atividades "extra-muros":

- Esse ano, convidamos, por exemplo, a Companhia Carroça de Mamulengos, uma família que faz atividades circenses. Eles circulam pelos pilotis com pernas de pau.

Chamou a atenção um mini-carro feito de bambu, que transportava os visitantes. O veículo é o primeiro do mundo inteiramente construído com o vegetal. O projeto foi desenvolvido por alunos de Introdução à Engenharia, sob orientação do professor Khosrow Ghavami. O estudante de Engenharia Rodrigo de Moura, 18, é um dos idealizadores. 

- O carro é todo elétrico e usa baterias de veículos de verdade para funcionar. O motor é de ventoinha de caminhão - explicou.

 Os pilotis das alas Kennedy e Leme foram tomados por estandes. Ao meio-dia, mais de duzentos estudantes ganhavam as filas para garantir lugar nas palestras.

- Os cursos mais procurados são Comunicação e Direito. A gente oferece informações sobre os cursos, mostra a grade curricular. Para quem tiver interesse em se aprofundar, os departamentos estão abertos – contou Renata Caetano, atendente do estande da Coordenação de Ciências Sociais.

No extenso repertório de palestras e oficinas, o Departamento de Administração apontou os atributos necessários aos novos profissionais da área. A coordenadora do curso, professora Sandra Rocha Pinto, ressaltou o diferencial da universidade na formação do administrador: "disciplinas integradoras de conteúdo".

- As aulas são dinâmicas, conduzidas com dois professores em sala. Um da área de marketing e outro da de finanças, por exemplo. A partir de estudos de caso, os alunos aprendem a solucionar diversas questões do dia a dia de uma organização. O profissional de Administração formado pela PUC-Rio chega ao mercado sabendo fazer planos de negócios para grandes empresas - destacou.

Para a aluna do Colégio Batista Shepard, Rebeca Louzado, de 17 anos, a palestra ajudou a reafirmar sua opção universitária.

- Achei ótimo. As questões foram explicadas de forma simples e objetiva - comentou.

Igualmente voltada às demandas do mercado de trabalho, a palestra da professora Adriana Ferreira, do Departamento de Comunicação Social, enfatizou a importância de os profissionais estarem alinhados com as chamadas Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTICs).

- Nosso grande desafio é mostrar a realidade do mercado sem influenciar a decisão do estudante. É uma área [a de comunicação] com aspectos positivos e algumas dificuldades, como todas as outras. O profissional deve estar atento às novas tendências do jornalismo e saber jogar nas onze.

O departamento também apresentou aos futuros alunos as outras possibilidades dentro da Comunicação Social. Os professores Rodolfo Maier e Daniel Vargens abordaram assuntos como a história da publicidade, o funcionamento de uma agência e as diversas funções do profissional da área.

- ‘Publicitário’ é uma palavra muito vaga. É importante que o aluno de ensino médio, antes de entrar na universidade, saiba como funciona cada área dentro da agência, assim ele poderá escolher uma adequada ao seu perfil - afirmou Vargens, professor de Direção de Arte.

Maier, professor da disciplina Técnicas de Redação Publicitária, esclareceu a confusão frequente entre publicidade e propaganda:

- A propaganda é imaterial, e pode estar ligada a assuntos como religião, política. Já a publicidade é material. Significa tornar algo público.

Quanto ao curso de Cinema, a professora Andréa França Martins abordou o diferencial da PUC-Rio. Na Universidade, os alunos contam com um grande acervo de livros e filmes, além do fato de o curso ser digital, e não industrial.

- Hoje, o aluno pode fazer um filme sozinho. Embora haja a opção de rodar em película, ele mesmo pode editar, filmar, publicar e distribuir seu trabalho. Existe, para 2010, o projeto de criar o doutorado na área de Comunicação, que representa um campo sedutor. Com o crescimento das novas tecnologias, o futuro profissional não precisará trabalhar, necessariamente, em grandes corporações. Ele poderá criar seu próprio emprego. Nosso desafio é descobrir a melhor maneira de formá-lo.

O professor e coordenador adjunto do Departamento de Relações Internacionais, Fabiano Mielniczuk, também foi incisivo ao destacar a importância da construção de uma carreira. Ele explicou a função do profissional da área e sua relação com o mercado de trabalho.

- Os estudantes estão preocupados com a empregabilidade depois que terminarem a faculdade. É uma preocupação tanto deles como dos pais, que querem, para os filhos, garantias de um bom emprego no futuro - afirmou.

A estudante do Colégio Bahiense Larissa de Oliveira, 16, acredita ser importante analisar, de acordo com o mercado de trabalho, o curso que pretende fazer.

- Quero ter noção das minhas reais possibilidades de emprego cursando Relações Internacionais. Se as chances não forem boas, provavelmente trocarei a minha opção antes mesmo de prestar o vestibular – disse.

Na palestra do curso de Economia, com 45 anos de existência, o diretor do Departamento, professor Rogério Werneck, destacou que a escolha da profissão é "um momento muito importante na vida do aluno e deve ser feita sem pressão, de maneira cuidadosa e bem pensada". Observou que o curso da PUC-Rio oferece uma base consistente para qualquer outra área do conhecimento. O coordenador Vinícius Carrasco ressaltou a especificidade da Economia em relação a outras faculdades:

- Ao contrário de outras profissões, eles não têm muita noção do que envolve a carreira de um economista. É diferente, por exemplo, de Odontologia. Todo mundo sabe o que um dentista faz. No entanto, o jovem não tem experiência prévia em Economia. É importante esclarecermos questões fundamentais que não estão na vida cotidiana deles.

A estratégia parece ter funcionado. Eduardo Lins, de 16 anos, ficou animado:

- Os temas sobre economia foram muito bem expostos. Isso nos ajuda a ter uma noção mais precisa da futura carreira.

Na palestra de Geografia, o monitor Rafael Nunes esclareceu as novas tecnologias da informação no entendimento mais integrado do espaço geográfico. Felipe Guanaes, professor do Departamento, acredita que o problema ambiental resida justamente na falta de visão global. As novas tecnologias vêm complementar essa visão geral que o geógrafo já tem.

- A nossa função aqui, hoje, é mostrar as facetas das várias profissões que a Universidade oferece. A ideia é fazer um link entre a geografia tradicional e as novas tecnologias da informação. Elas permitem que se tenha uma visão mais ampla da Terra - explicou.

Os alunos interessados em ingressar no curso de Direito ouviram, da professora Eliane Junqueira, algumas razões para optarem pela PUC-Rio. O curso tem 60 anos de tradição, é recomendado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e obteve cinco estrelas no Guia da Editora Abril.