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Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2024


País

PUC-Rio discute critérios de classificação do MEC

Guilherme Costa - Do Portal

11/09/2008

 Paula Giolito

A PUC-Rio é a única universidade privada entre as dez melhores instituições de ensino superior do país, conforme lista divulgada na segunda-feira, 8, pelo Ministério da Educação. A universidade alcançou 385 pontos no Índice Geral de Cursos (IGC) do MEC, cuja escala vai de 0 a 500 e ficou entre as 10 melhores do país. As comemorações foram muitas. O primeiro lugar entre as universidades privadas atesta, segundo o reitor da PUC-Rio, Padre Jesus Hortal Sánchez S.J., a tradição de excelência acadêmica e o “clima de comunidade” construído entre professores, alunos e funcionários.

– É uma satisfação estarmos em primeiro neste novo indicador de ensino, que leva em conta a avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Uma universidade deve mostrar sua excelência não só na graduação, mas na pesquisa, na pós-graduação. Todos os nossos departamentos têm programas de pós-graduação – observou o reitor.

O bom resultado, no entanto, trouxe outras preocupações. Embora muito contente com os resultados positivos obtidos pela universidade, o professor Alfredo Jefferson de Oliveira, coordenador da Central de Graduação da PUC-Rio, acredita que ainda assim os métodos precisam ser repensados. “O Conceito Provisório de Curso (um dos parâmetros para o cálculo do IGC) é um índice impreciso, jamais poderia ser usado como instrumento de classificação das escolas”, alerta ele.

O CPC foi anunciado primeiramente pelo MEC como um índice provisório, apenas para que o órgão selecionasse as instituições com as piores notas para uma avaliação “in loco”. Por lei, esta avaliação presencial deveria ser feita em todas as universidades, mas por conta da impossibilidade de fazê-la visitando todas no país, algumas notas, como as que se referem à qualidade das instalações e aos projetos pedagógicos, foram obtidas por meio de perguntas no exame do Enade. A classificação divulgada será utilizada como parte de uma análise para o próprio MEC dar continuidade a sua avaliação e, na opinião de Jefferson, foi indevidamente divulgado.

Um dos pontos mais criticados por ele na avaliação do MEC dá mais pontos para as universidades quanto maior for o percentual de professores que lecionam em tempo integral, dando 40 horas de aulas semanais “Do meu ponto de vista isso é um pouco tendencioso, porque na realidade isso é uma proposta de uma política de recursos humanos das universidades públicas. As particulares, tradicionalmente, não têm nem condição de ter todos os seus professores por quarenta horas semanais. Especialmente as universidades que levam a pesquisa a sério”, explica o coordenador.

Segundo ele, o segredo da PUC-Rio está no tempero entre pesquisadores dedicados à pesquisa e profissionais ligados ao mercado, com sucesso na carreira. “Um curso de cinema todo feito com doutores 40 horas que façam pesquisa não é necessariamente melhor que um curso onde eu tenho os melhores profissionais do país, que muitas vezes não têm nem mestrado, mas têm uma experiência, uma prática fundamental para a formação do nosso aluno, que ao ser inserido no mercado vai ter o seu diploma reconhecido como de qualidade”, argumenta Jefferson adiantou que o resultado não fará a PUC-Rio mudar seu modelo. “Achamos que esse modelo é melhor”, explica o coordenador.

Pós-graduação de qualidade faz diferença

A PUC-Rio reúne, aproximadamente, 800 professores e 16 mil alunos, dos quais 40% têm bolsa. Oferece 39 cursos de graduação e 26 de pós-graduação, inclusive de mestrado e doutorado. O “clima de soma” é o segredo da universidade, ressalta Padre Hortal. “Criamos uma atmosfera de respeito comunitário, na qual alunos, professores e funcionários interagem. Isso faz a diferença”, acredita ele. Para o reitor, a PUC-Rio tende a subir na classificação à medida que as comissões do MEC visitarem as instalações da universidade. “Quando avaliarem instalações e equipamentos como os do Departamento de Comunicação, por exemplo, acredito que levaremos vantagem”, diz ele.

O presidente da Fundação Padre Leonel Franca, Padre Pedro Magalhães Guimarães Ferreira S.J., avaliou os resultados divulgados pelo MEC na última segunda-feira. “A PUC-Rio, por tradição, esteve sempre entre as duas primeiras universidades do país, de acordo com os critérios adotados pela CAPES. Nos últimos 20 anos, a universidade apresentou avanços significativos, com equipamentos e instalações, e programas de pós-graduação de primeira linha. Isso tem que ser refletido na avaliação do MEC.”

Para o vice-reitor Administrativo, Luiz Carlos Scavarda, o primeiro lugar entre as privadas será importante para garantir o futuro da PUC-Rio. “Existe no Brasil uma sensação de que apenas as universidades federais e estaduais são de boa qualidade. É importante que, num teste que avalia pesquisa, graduação e pós-graduação, a PUC-Rio se saia bem. Ainda que o teste esteja numa forma bastante embrionária, e eu acho que esse teste pode evoluir, é importante para a nossa instituição poder se mostrar como de alta qualidade”, argumenta.

O nono lugar da PUC-Rio entre as 173 universidades avaliadas na classificação do Índice Geral de Cursos – liderado pela Unifesp – assume, na opinião de Luiz Torres, aluno de Desenho Industrial, um caráter simbólico: “mostra que a universidade privada está em pé de igualdade com a pública”. Para Sônia Laura, aluna de Ciências Sociais, o reconhecimento da PUC é “uma conseqüência natural da boa infra-estrutura e dos investimentos em pesquisa”.

O IGC contempla os cursos de graduação, mestrado e doutorado das instituições de ensino superior no país. Considera o desempenho dos estudantes no Enade (2005 a 2007), a infra-estrutura, os atributos pedagógicos, o corpo docente e a avaliação da Capes para a pós-graduação (2004 a 2006). As 15 primeiras do ranking do MEC (IGC)

1. Universidade Federal de São Paulo (SP)

2. Fund. Univers. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (RS)

3. Fundação Universidade Federal de Viçosa (MG)

4. Universidade Federal de Minas Gerais (MG)

5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)

6. Universidade Federal do Triângulo Mineiro (MG)

7. Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)

8. Universidade Federal de São Carlos (SP)

9. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (RJ)

10. Universidade Federal de Itajubá - Unifei (MG)

11. Universidade de Brasília (DF)

12. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (RJ)

13. Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina (SC)

14. Universidade Federal de Santa Catarina (SC)

15. Universidade Federal de lavras (MG)