Mil fuzileiros partiram do Rio para o Espírito Santo nesta sexta-feira, 12 de setembro, com uma missão: participar de confrontos simulados contra ameaças ao patrimônio mineral brasileiro. Sob as bênçãos de autoridades militares e civis na base da Marinha na Ilha de Moncanguê, o embarque marcou o início da Operação Atlântico. A série de simulações de guerra, entre 12 e 26 de setembro, vai treinar dez mil agentes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na defesa das reservas de petróleo – em especial na Bacia de Campos, Região Sudeste.
– Vamos simular um confronto entre dois países, que disputarão as mesmas reservas minerais. Comandantes militares selecionados pelo Ministério da Defesa terão o papel de árbitros e acompanharão os exercícios para julgar os procedimentos dos oficiais – explicou o Capitão-de-Fragata Roberto Guarnieri.
Um dos objetivos da iniciativa é conscientizar a população da importância das Forças Armadas na defesa da “Amazônia Azul”. Assim os oficiais batizaram a área que se estende por todo o litoral brasileiro, incluindo a área do Pré-sal, cujas reservas totais estão estimadas em 300 bilhões de barris de petróleo. O Almirante Edlander esclareceu a necessidade deste esforço conjunto:
– Fazemos o treinamento para melhor coordenar as operações entre Exército, Marinha e Aeronáutica. Não é porque não há uma crise imediata que não devemos nos preparar. Aquela região é de extrema importância para o país e devemos estar prontos para protegê-la.
Além da defesa do patrimônio nacional, a operação busca apoio político que se traduza em maiores investimentos para as Forças Armadas. A empreitada já colhe resultados: o Plano Estratégico de Defesa Nacional, desenvolvido pelos ministros Mangabeira Unger e Nelson Jobim, que será apresentado nos próximos dias, prevê um aumento das verbas da União para as Forças Armadas.
No roteiro da Operação Atlântico também estão programadas atividades cívico-sociais, como atendimentos em hospital de campanha, recuperação de escolas, concursos de redação, aulas de primeiros socorros e palestras, em Itapemirim e áreas adjacentes. Macaé contará com atendimento médico a comunidades carentes, em um hospital móvel.
A iniciativa conta com o apoio do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Equipes de estudantes coordenadas pelos professores José Eudes, de Jornalismo, e Carlos Negreiros, de Publicidade, ajudam na elaboração dos planos de divulgação e no serviço de assessoria de imprensa.
Com o objetivo de apresentar a Operação Atlântico, comandantes das Forças Armadas fizeram uma palestra na XII Mostra PUC, em agosto. O comandante Villas-Boas, da Marinha, explicou os exercícios simulados nos quais os militares serão divididos em dois países fictícios, verde e amarelo:
– Teremos exercícios navais, controle de áreas marítimas, saídas de porto, trânsito de posições múltiplas e uma posição anfíbia. Quanto ao Exército, está prevista uma série de exercícios de ações ofensivas e defensivas do território, dos oleodutos, dos gasodutos e de áreas sensíveis em terra, como terminais de petróleo. O Exército conduzirá um assalto aeromóvel, em lançamento da brigada pára-quedista.
“Operação Combinado Atlântico” entra em ação
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