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Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2024


Cidade

Aluguel de brinquedos radicais em alta

Danilo Rodrigues Alves - Do Portal

18/02/2013

 Nicolau Galvão

No verão passado, a Zona Sul foi tingida de laranja, cor das bicicletas alugadas que viraram febre entre cariocas e visitantes. Agora os brinquedinhos revelam-se ligeiramente mais radicais, como o slack line, espécie de corda-bamba cujos adeptos se disseminam por Ipanema, Leblon, Copacabana, Aterro; o stand-up, híbrido de surfe com remo já consolidado no mapa das atividades ao ar livre do Rio (veja reportagem de TV).

Adotadas principalmente por jovens, tais novidades impulsionam um mercado em expansão: o de aluguéis voltados para amplificar a vocação carioca ao lazer a céu aberto. Embora os números deste crescimento ainda sejam imprecisos, é fácil percebê-lo com uma volta do Pontal ao Leme, cujos trinta e cinco quilômetros de extensão incorporam, a cada temporada, mais alternativas de divertimento. Os preços variam de R$ 5 (laranjinhas) até R$ 100 (prancha de stand-up, acompanhada de aula inicial).

No pacote de novas companhias para surfe, futevôlei e frescobol, o stand-up amplia seu espaço no gosto dos cariocas e, portanto, no mercado de brinquedinhos de verão (o que, no caso do Rio, estende-se à maior parte do ano). Atrai também praticantes de outros estados e até de fora do país. Alguns migraram do surfe, em busca de novas sensações, novos desafios. Outros, não: descobriram na mescla de surfe e remo uma forma de curtir a vida neste e, provavelmente, por muitos verões afora. Outros tantos querem manter a forma em meio a um cartão-postal. Seja qual for a intenção, é possível aprender a modalidade em diversos pontos da orla. No Recreio, o professor de surfe Allan Gandra viu no crescimento do stand-up uma oportunidade de negócio:

– Dou aulas de surfe há mais de dez anos. Agora, com o stand-up virando essa mania, também me especializei no esporte e já dou aulas há mais de um ano – conta.

Quem quiser começar a praticá-lo com regularidade terá de desembolsar bem mais do que os R$ 100 referentes ao aluguel do equipamento, incluindo uma aula inicial, ou R$ 400 pelo pacote de cinco aulas. A prancha e o remo custam de R$ 2.600 a R$ 4.500. Embora pareça uma moleza para quem vê o deslizar plácido de uma dessas pranchas num mar calmo, o esporte, claro, tem suas manhas e seus riscos. Allan alerta:

– O maior risco é o vento terral (vindo do continente), que pode levar o praticante para o alto-mar em minutos. Este risco exige cuidados como levar um celular, água e algum alimento, principalmente se o praticante não tiver experiência. Pois, a partir desse risco, seguem-se outros, como insolação e desidratação.

Outra modalidade que deixa o status de mania de verão para se fixar na rotina de lazer na orla é o slackline. A brincadeira circense, equilibrar-se numa corda-bamba, coleciona adeptos nas praias da Zona Sul e em parques. Depois de superar o desafio de manter-se em pé numa fita fortemente tensionada (ancorada, geralmente, entre coqueiros), o praticante tenta executar manobras. Alia força, equilíbrio e concentração. Em Ipanema, o professor de slackline Alexandre Teixeira, de 28 anos, sintetiza:

– É um esporte maravilhoso, que fortalece o corpo e a mente. Por isso, também é uma forma de meditação.

O equipamento para a prática varia entre R$ 250 e R$ 600. Mas quem estiver interessado apenas em conhecer o esporte poderá alugar o equipamento, com direito a aula, por cerca de R$ 60. Apesar da altura relativamente baixa da fita em relação ao solo, isso na modalidade mais tradicional, pois existem vertentes diferentes da bincadeira como o Waterline (praticada sobre a água) e o Highline (versão radical praticada em altitudes elevadas em que o único recurso de segurança, que alguns simplesmente dispensam, é o uso de uma fita de segurança). Ainda que o slackline seja praticado em uma altura relativamente baixa do solo (pouco mais de dois metros, no máximo), também está sujeito a riscos. Assim, deve ser aprendido com prudência:

– A aula é necessária, pois, como todo esporte, há risco de lesões e outros problemas decorrentes de uma eventual queda, mesmo na areia – explica Alexandre.

As laranjinhas, como ficaram conhecidas as bicicletas para aluguel do projeto Bike Rio, seguem em alta. Apesar dos problemas crônicos enfrentados pelos ciclistas na cidade, como carências de infraestrutura em ciclovias, elas tornaram-se um dos meios de transporte preferidos dos que cumprem trajetos curtos, entre casa, trabalho ou faculdade. Caso do estudante Raphael Zambonni, que diariamente aluga a bicicleta para ir do Leblon, onde mora, até a PUC-Rio, na Gávea, onde estuda.

– Não faz muito sentido pegar ônibus ou ir de carro, sendo uma distância tão curta. E, tendo as bicicletas aqui tão perto, é, sem dúvida, a melhor opção. Além disso, há o benefício para a saúde e para o meio ambiente – justifica o universitário.

O passe diário para uso das bicicletas do Bike Rio sai a R$ 5. O mensal custa R$ 10. Porém a viagem de até sessenta minutos é gratuita, contanto que o intervalo entre as viagens seja de no mínimo quinze minutos. 

Mais informações sobre as atividades:

Central de informações Bike Rio: (21) 4063-3999                                       

Stand-Up Paddle: Rico Surf: (21) 2438-1821 e (21) 7892-9810 (Allan Gandra)

Slackline: (21) 9519-5069 (José Helu)