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Rio de Janeiro, 7 de novembro de 2024


Cidade

Domingo dia 7, para muitos, é dia de viajar para votar

Matheus Vasconcellos - Do Portal

05/10/2012

 Arte de Eduardo Ribeiro

O Estado do Rio tem 12 milhões de eleitores que irão às urnas eletrônicas no próximo domingo, dia 7. Muitos precisarão viajar para cumprir a obrigação do voto, apesar de não mais acompanhar as necessidades e a vida política da sua cidade de origem.

É o caso de Diego Botafogo, 21 anos, aluno de Comunicação Social da PUC-Rio, morador do Rio que vota em Petrópolis, na Região Serrana. O município de 300 mil habitantes tem cinco candidatos a prefeito: Paulo Mustrangi (PT), que concorre à reeleição; Alex Dias (PSOL), Bernardo Rossi (PMDB), Nelson Sabrá (PDT) e Rubens Bomtempo (PSB) – dos quais o estudante só conhece um.

– Não tenho acompanhado a política em Petrópolis, porque vou à cidade apenas duas vezes por mês.  Arquivo PessoalVou votar de acordo com as escolhas do meu pai, que mora lá – conta Diego, frustrado por não viver a vida política da cidade, que fica a uma hora de viagem da capital.

Esse não é o caso de Luiza Peres, estudante de Medicina na UFF que mora em Niterói e vota em Além Paraíba, Minas Gerais. Apesar de visitar a cidade somente a cada três semanas, Luiza acompanha a situação política local por meio das redes sociais.

– Consigo acompanhar conversando com meus pais, que se interessam bastante por política. Além disso, eu participo de um grupo no Facebook criado para, entre outras coisas, discutir a política na cidade – conta a cidadã de Além Paraíba.

A cidade, com 35 mil habitantes, conta com quatro concorrentes ao cargo de prefeito: Fernando Lucio, do PSB; Juciene, do PT; Lamon, do PRB; e o atual prefeito Wolney, candidato pelo PMDB. Luiza, porém, já escolheu seu candidato. Arquivo Pessoal

– Já escolhi meu candidato com base no perfil dele. Como, na minha opinião, nenhum dos candidatos é perfeito para o cargo, escolhi aquele que parece valorizar ações que devem ser realmente priorizadas, aquele que parece oferecer melhores condições para a população mais pobre – revela Luiza.

O jornalista Bruno Mattos, estagiário da TV Globo, saiu da pequena cidade de Sapucaia, de 18 mil habitantes, para estudar no Rio, mas continua viajando 154 quilômetros para votar. Apesar de ir ao interior apenas uma vez por mês, Bruno acompanha de longe as candidaturas de Fabrício Baião, do PMDB, e Anderson Zanon, atual prefeito e candidato à reeleição pelo PSD.

– É como se eu ainda morasse lá, pois recebo informações diariamente sobre a política municipal. Meus pais gostam de estar bem informados sobre o que ocorre na cidade, e sigo a onda deles. Conversamos por telefone todos os dias – conta Bruno, admitindo, no entanto, que teria mais convicção do seu voto se votasse no Rio: – Meu voto em Sapucaia é fruto da avaliação deles, é baseado mais no que ouvi do que no que vi – lamenta Bruno.

Apesar de precisar viajar duas horas e meia para votar, Luiza não pensa em transferir o título de eleitor para a cidade do Rio:

– Nunca pensei em transferir o título, porque Além Paraíba é relativamente perto. Além disso, considero que lá é a minha verdadeira cidade, porque, apesar de morar aqui, todos os meus familiares ainda vivem lá. Assim, acredito que lá seja o lugar onde devo votar.

Já Bruno e Diego pensam em transferir o voto para a capital, pois concordam que é mais fácil acompanhar a vida política na cidade em que moram atualmente:Arquivo Pessoal 

– Eu me sinto prejudicado, e acho importante votar corretamente. Por isso quero mudar meu voto pro Rio. Aqui estou por dentro da política e também tenho mais facilidade para votar. Mas a preguiça de trocar o lugar de voto fala mais alto – revela Diego, que tem opinião semelhante à Bruno:

– Tenho muita vontade de transferir meu título para o Rio. Apesar de conversar com a minha família todos os dias, acabo vivenciando muito mais a política carioca. Gosto da diversidade política da capital. No interior, você acaba votando pelas relações pessoais, e não por ideologia política. Sem contar que lá os “coronéis” ainda aparecem de vez em quando – reclama Bruno.