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Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2024


Cultura

25 anos depois, a trilha sonora de uma nova geração

Guilherme Costa - Do Portal

16/05/2008

 Divulgação

Este ano Michael Jackson tem motivos de sobra para comemorar. Seu álbum Thriller, que hoje acumula 105 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, e ocupa o posto de disco mais vendido de todos os tempos, foi remasterizado e lançado em edição especial incluindo extras, como remixes feitos por produtores de renome na música pop atual.

O segundo álbum solo de Michael Jackson representa muito mais do que apenas um fenômeno de vendas. Ele foi um marco, a partir do qual o cantor se tornou referência para o mundo pop.

Lançado originalmente em dezembro de 1982, Thriller foi um divisor de águas na indústria da música pop por diversos motivos. Naquela época havia uma divisão clara entre a música branca e a música negra. Não apenas nos Estados Unidos, mas no Brasil também. Antes, o que havia no Brasil era música negra para negros e música negra para os brancos. Thriller quebrou essa barreira e passou a ser ouvido por todos.

O disco aproximava pela primeira vez públicos distintos, por conta da variedade de estilos presentes em suas faixas. Da black music ao solo de guitarra de Eddie Van Halen, em Beat It, passando pela participação de Paul MacCartney, em The girl is mine, o disco atraía diferentes públicos e pavimentava o caminho do astro que mais tarde se tornaria conhecido como o “Rei do pop”.

Thriller dava continuidade a parceria que Michael havia iniciado com o produtor Quincy Jones em 1979, com Off The Wall. O álbum, que marcava o início de sua carreira solo, foi o primeiro da história a ter quatro hits entre as dez músicas mais tocadas nas rádios.

 A importância do cantor, que atingiu as paradas de sucesso pela primeira vez aos 11 anos, se mantém até hoje. Inspirado nele, o fenômeno atual da música pop americana, Justin Timberlake, calçou o início de sua carreira solo. No jeito de dançar, nas melodias e no estilo de Timberlake era possível encontrar as referências. Outros artistas, como o duo de eletro Justice, que ano passado teve seu álbum de estréia, Cross, presente nas listas de melhores discos do ano, citam Michael como uma grande influência.

A versão comemorativa dos 25 anos de Thriller, lançada em fevereiro deste ano pela Sony, conta com as participações dos produtores Akon – que também divide os vocais com Michael -, em Wanna be startin’ somethin’2008, will.i.am, em The girl is mine 2008, e Kanye West, em Billie Jean 2008, além de um dueto com a cantora Fergie, em Beat It 2008.

Para o crítico musical e professor da PUC-Rio Arthur Dapieve, Thriller 25th Anniversary não é apenas uma estratégia de marketing, mas uma oportunidade para a nova geração conhecer o artista que nas últimas duas décadas teve seu trabalho por vezes esquecido, em meio há questões polêmicas envolvendo sua vida pessoal.

- A principal estratégia dessas faixas extras, que estão na versão de 25 anos de Thriller, eu acho que é vender para uma nova geração, que talvez só tenha uma visão do Michael Jackson como aquele ser bizarro que se embranqueceu, que é hipocondríaco - defende.

Para ele, as novas faixas não superam a qualidade do trabalho de 1982, que após a nova masterização foi valorizado com a qualidade de som do disco original. “Quando você faz uma versão que não consegue se distanciar muito do original, você está depondo a favor do brilhantismo do original.”

Página no Youtube, com clipes: www.youtube.com/user/michaeljackson

Link para ouvir as faixas de Thriller 25th Anniversary: www.myspace.com/michaeljackson