Oásis cultural carioca
Thiago Castanho - Do Portal
30/04/2008
Situado aos pés da Floresta da Tijuca, o Instituto Moreira Salles (IMS) ocupa uma área de 10 mil metros quadrados no alto da Rua Marquês de São Vicente, na Gávea. Empenhado em promover e produzir programas culturais, o IMS funciona em um casarão de grande valor arquitetônico, além de possuir grande acervo de obras de arte. Fundado em 1990 pelo então presidente do Unibanco, Walther Moreira Salles, o IMS é a maior instituição privada dedicada à cultura no país. Mantida pelo banco, possui centros culturais no Rio, em São Paulo e em Minas Gerais. Suas principais áreas de atuação são fotografia, literatura, música, artes plásticas e cinema.
O casarão foi construído em 1950, a partir de projeto do arquiteto Olavo Redig de Campos, com jardins de Roberto Burle Marx, para ser a residência da família Salles. Hoje, a sede carioca do instituto é uma atração à parte. Com localização privilegiada, são mais de 2.200 metros quadrados de área construída, cercada se jardins com árvores típicas da mata atlântica e da amazônia e uma bela piscina, onde os visitantes costumam sentar-se para tomar café. A área da piscina ficou mais conhecida depois do sucesso do filme “Santiago”, de João Moreira Salles. O documentário apresenta ao público o antigo mordomo da família e mostra cenas do passado do casarão e do cotidiano da família Salles.
O coordenador do instituto, Sérgio Burgi, lembra da importância histórica da casa. “Esta casa recebeu visitação constante de personalidades, políticos e artistas”, afirma Burgi. Segundo ele, o presidente Juscelino Kubitschek era um dos freqüentadores da na casa antes dela se tornar o instituto cultural que é hoje.
A entidade preserva livros, correspondências e objetos que pertenceram a grandes nomes das artes escritas, o IMS mantém grande acervo de Otto Lara Resende, Rachel de Queiroz e Lêdo Ivo. Nas artes plásticas, o IMS pretende expor as imagens das coleções – incluindo importantes desenhos e aquarelas sobre o Brasil do século XIX e também obras contemporâneas – em sua página na internet.
O instituto é o maior detentor de imagens do Brasil do século XIX, especialmente do Rio de Janeiro, que era a capital do império. Sua Reserva Técnica Fotográfica conta com 450 mil imagens fotográficas e muitas delas estão disponíveis ao público pela internet. “Hoje, o IMS possui a mais significativa coleção fotográfica do país”, afirma o coordenador Sérgio Burgi.
Na parte de música, o instituto preserva acervos musicais reunidos por pesquisadores e músicos. Há coleções de partituras impressas de artistas representativos da cultura popular brasileira, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. É possível acessar parte do conteúdo pela internet e ouvir obras de grande valor para o cancioneiro nacional.
O visitante do Instituto Moreira Salles pode passear pelo incrível casarão e perambular pelo universo do mordomo Santiago, enquanto entra em contato com um dos maiores acervos culturais do país.
Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente 476, Gávea
http://ims.uol.com.br/ims/
Tel.: (0xx21) 3284-7400