“O crescimento do mercado vai ser grande, o engenheiro só precisa estar preparado”, avisa o engenheiro tunisiano Slim Hbaieb, da petrolífera Schlumberger. em palestra da Petro PUC 2011, na semana passada. Especializado em "otimização de perfuração", Slim integrou o grupo de profissionais do setor que, em três dias de palestras, apontaram as oportunidades para a engenharia de petróleo e explicaram os caminhos para aproveitá-las – como a aproximação com a engenharia ambiental, para atender às exigências de preservação, e com as engenharias mecânica e eletrônica, para o desenvolvimento de tecnologias de exploração. A maioria dos palestrantes também ressaltou que, para conquistar espaço nesse mercado (estima-se mais 250 mil vagas diretas até 2016), deve-se construir um equilíbrio entre versatilidade e especialização:
– É preciso ter mais de uma capacitação. Poder atuar tanto como engenheiro de broca como de perfuração, por exemplo – disse Slim – O engenheiro mecânico também pode atuar como operador de broca se fizer uma especialização – acrescentou.
O engenheiro ambiental Luiz Pimenta, da Chevron, concorda que a especialização "abre as portas":
– As vagas tendem a ser ocupadas por pessoas mais experientes e especializadas. Os estudantes devem investir na alta capacitação e procurar vagas de trainee ou junior nas empresas – orienta.
As preocupações ambientais crescentes impulsionam as oportunidades para profissionais especializados nessa área. Pimenta observa um aumento na procura por projetos que reduzam os efeitos da exploração:
– As vagas para engenheiros de petróleo vão aumentar. Mas não há como apresentar um crescimento do nível do Pré-sal na produção do petróleo e o resto não crescer junto. A engenharia ambiental, por exemplo, vai demandar mão de obra qualificada que possa lidar com vazamentos de óleo e a emissão de gás carbônico.
Com os diversos investimentos na área – a Petrobras planeja investir R$ 430 bilhões até 2015 – e um crescimento na oferta de emprego que chegará a 250 mil vagas em cinco anos (salário inicial em torno de R$ 3 mil), Slim afirma que a mudança no mercado é "evidente":
– A procura por mão de obra qualificada será tanta que o Brasil importará profissionais para preencher as vagas – prevê.
O desenvolvimento de novas tecnologias para o Pré-sal já aquece a indústria. Revela-se uma opção para os que não querem trabalhar offshore (embarcados nas plataformas).
– Precisamos do tipo de tecnologia que nos permita dissolver os diferentes sais sem criar cavernas, o Cenpes está quase lá – anima-se Bruno Holzberg, engenheiro da Schlumberger, referindo-se ao Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez, na UFRJ. Ele aponta uma das tecnologias mais esperadas:
– O que mais necessitamos são instrumentos capazes de perfurar horizontalmente o Pré-sal, já que verticalmente não atuamos com capacidade máxima.
Alinhado a essas demandas, o Centro de Pesquisa em Tecnologia de Inspeção (CPTI), da PUC-Rio, desenvolve novos aparatos que auxiliam na exploração do petróleo. Segundo o engenheiro e pesquisador Miguel Freitas, a tecnologia para detecção de problemas está entre as mais valorizadas:
– Desenvolvemos PIGs de inspeção (aparelhos eletrônicos com sensores) para a Petrobras. Eles entram no duto e detectam corrosões, trincas, amassados, e outros defeitos.
O CPTI tem programa de estágios para os estudantes de engenharia mecânica e eletrônica. Não há número de vagas determinado, e o currículo pode ser enviado pela página www.ctpi.cetuc.puc-rio.br. O centro de pesquisa fica no térreo do prédio Cardeal Leme, em frente ao Bar das Freiras.
Das empresas reunidas no Petro PUC 2011, a Chevron e a Transocean oferecem oportunidades aos estudantes por meio de programas de estágio. Inscrições pela internet: www.chevron.com.br e www.deepwater.com/br.
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