A TV tem futuro? Essa foi uma das indagações que nós, da Eclética, fizemos em 1995. Já naquele tempo, chamávamos a atenção para a grande novidade tecnológica do Brasil: a internet. “Rostos sem face e nomes em códigos, deliciosas surpresas que encontramos nos microcomputadores e, mais especificamente, na Internet. Uma rede de computadores que liga pessoas e serviços nas mais variadas partes do mundo”, explicávamos, um tanto extasiados, com um necessário didatismo para o período.
Como percebemos rapidamente, o país da primeira edição da Eclética era muito diferente do atual. No Brasil de 20 anos atrás, televisão a cabo era futurologia, a internet mal engatinhava, o Real era novidade, a democracia era criança, nosso craque era o baixinho Romário, Nintendo 64 era aguardado como a revolução dos videogames e o sucesso de Cássia Eller não parava, na época com Malandragem, trilha sonora de Malhação, a então mais nova aposta das tardes globais.
Veloz, dinâmica e implacável, a sociedade se transformou de forma profunda nesses tão rápidos quanto intensos 20 anos de história. Perspicazes, não permanecemos à margem dessas transformações viscerais. Dissecamos o espectro político de uma democracia recém-
-nascida na edição piloto da Eclética, em 1994. “A revista não deixa de ser um produto dessa nova geração de jovens que deixa o discurso e parte para a ação”, sintetizávamos, orgulhosos, em referência à ainda recente resistência à ditadura militar e ao governo Collor.
Chamamos a atenção em 1996 para a internet enquanto “instrumento acadêmico poderoso que permite o intercâmbio entre os alunos e a universidade das mais variadas formas” e antevimos, em 1999, o 11 de setembro, numa edição intitulada “Guerra em transe”. Nosso preto-e-branco cedeu lugar a cores vibrantes na impactante virada do milênio.
Nos anos 2000, o viés sociopolítico foi substituído, em certa medida, por análises mais comportamentais. Falamos sobre gula em 2006, esmiuçamos o poder da voz em 2010 e mergulhamos na nostalgia em 2014.
Depois de explanações tão intensas, propomos, agora, um conceito um pouco diferente. Queremos que você simplesmente relaxe. Relaxe de um planeta corrido, competitivo e estressante. Relaxe no modo de se vestir, se alimentar, estudar, trabalhar e se exercitar. Em um mundo slow, afinal, a vida pode ser muito mais leve, simples e prática. Não acredita? Então comece a virar as páginas e conheça as facetas dessa tendência que veio para ficar. Sem pressa, com calma. Queremos que você desacelere. Agora e, se possível, pelos próximos 20 anos.
Revista Eclética nº 40 completa
- Do Portal
- Da sala de aula
Movimento Slow Food ultrapassa a filosofia do comer devagar
- Da sala de aula
- Da sala de aula
- Da sala de aula
- Da sala de aula
- Da sala de aula
O bem estar aliado à produtividade
- Da sala de aula
- Da sala de aula