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Rio de Janeiro, 26 de abril de 2024


Cidade

Estudante conta como sobreviveu à tragédia fluvial

Maria Eduarda Parahyba - Do Portal

18/03/2008

 Maria Eduarda Parahyba

A violência da água está viva na mente e no coração de Jaber Camara da Silva, de 22 anos. Ele aproveitava a cachoeira do Rio Soberbo, em Guapimirim, quando uma onda enorme transformou em tragédia a tarde de verão no início de março. Sobreviveu graças ao alerta da amiga. Outros sete não tiveram a mesma sorte. “Ela disse ‘corre, corre’, e eu saí em disparada. Assim que escapei da tromba d’água, vi três pessoas arrastadas”, lembra o estudante do sétimo período de Filosofia da PUC-Rio.

Dos três colegas de desespero, só um resistiu à fúria do rio. Jaber conta que não pôde socorrê-los, porque “não estavam ao alcance e não tinha nada para ajudá-los”. Os segundos de aflição duravam uma eternidade.

Jaber acredita que o acidente poderia ter sido evitado. Segundo ele, a tromba d’água levou cerca de 40 minutos da nascente até o local da tragédia. Embora o fenômeno seja freqüente, faltam placas que alertem os visitantes sobre o perigo.

– Os moradores da região avisam os turistas. Mas alguns não levam a sério, por não ser um aviso oficial.

Aos minutos de tensão, entre a luta pela sobrevivência e o socorro às vítimas, somou-se a angústia da espera: o resgate demorou mais de uma hora, conta o estudante. Moradores recusavam-se a deixar que os bombeiros entrassem em suas propriedades.

– Um deles permitiu a entrada da equipe de resgate só depois que chegou alguém com uma câmera. – lembra Jaber, inconformado.

Apesar do susto, o estudante não sofreu ferimento. Assegura que, mesmo chocado com a violência das águas, voltará à cachoeira. Mas espera que o poder público adote medidas de segurança no local.