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Rio de Janeiro, 25 de abril de 2024


Cultura

Eventos de moda na cidade inspiram novos estilistas

Stéphanie Saramago - Do Portal

06/06/2011

 Stéphanie Saramago

A edição Verão 2012 do Fashion Rio terminou no último dia 4 de junho. O evento começou com o Prêmio Moda Hype, que valoriza novos estilistas, e seguiu com os desfiles da moda verão nas passarelas. Junto ao Fashion Rio, a 18º edição da feira de negócios, Rio-à-Porter, promoveu uma grande feira de marcas. Os novos nomes da moda tiveram a oportunidade de exibir a coleção em desfiles paralelos.

A marca Wasabi, por exemplo, desfilou pela primeira vez no Rio-à-Porter. A grife é da ex-aluna de jornalismo da PUC-Rio Ana Wambier e de sua sócia Daniela Sabbag. Para elas, o desfile no Rio-à-Porter faz a credibilidade da marca crescer:

– As pessoas que compram precisam saber se a marca existe, se amanhã nós vamos vender de novo. O desfile fala para o comprador, para o público alvo, que a gente existe – afirmou Daniela.

Além disso, segundo Ana Wambier, existe a questão da visibilidade. Para ela, o mercado passa a conhecer o que você faz:

– Quem dá essa dica para o mercado são os formadores de opinião. O comprador passa a conhecer sua grife, o blogueiro, a imprensa – explicou Ana.

A estilista formada em jornalismo chegou a trabalhar na área, mas conta que o gosto pela moda sempre foi grande. Ao terminar Comunicação Social, decidiu cursar moda na Faculdade Senai – CETIQT, onde conheceu sua sócia. Antes de concluir o curso, rumou para uma especialização em Londres. Ao retornar, resolveu concretizar a ideia e formar a Wasabi junto com Daniela:

– Fizemos um estoque e vendemos na casa da Ana. Foi um sucesso, e vimos que era viável – disse Daniela.

 Mauro Pimentel  As sócias contaram que nesse primeiro momento as vendas foram todas para amigas e conhecidas. Como faz hoje, por exemplo, a estudante de Design de Moda da PUC-Rio Clara Rosas. Ela desenha e faz suas roupas desde os 15 anos e há seis meses começou a vender para amigas:

– A maior dificuldade era desapegar de minhas roupas. Gosto de ter peças exclusivas. Por isso, prefiro fazer poucas peças de um único modelo para não encontrar vestidos iguais quando sair – brincou Clara.

A estudante trocou o curso de Administração por Design de Moda na PUC-Rio. Conta que não achava necessário mudar, mas gastava o tempo das aulas nos desenhos e tomou a decisão. Segundo ela, a mudança ajudou a ter uma noção maior de medidas, costura e também de estilo:

– Me ajudou muito na hora de organizar o pensamento, criar e desenhar. São pequenas palavras técnicas que vão fazer diferença na hora de costurar. Eu ganhei uma noção maior de caimento e, por exemplo, sobre qual tecido vai funcionar melhor para a roupa que desenhei – explicou a estudante.

Clara Rosas manda seus desenhos para uma costureira e ajuda orientando no processo de produção. A marca Wasabi conta com três modelistas e três pequenas confecções para a fabricação de suas roupas, duas para tecido plano e uma de malha. Além da Wasabi, essas confecções produzem para outras marcas cariocas também.

A estudante de Desenho Industrial Marcella Franklin, que também vende seus modelos, destaca que quando entrou na PUC a habilitação para Design em Moda ainda não existia. Assim que foi inaugurada, procurou pegar matérias eletivas do curso:

– Eu sempre gostei mais das matérias de moda do que as de design, foi a certeza de que era aquilo que queria – afirmou Marcella.

Segundo a estudante, ela e sua sócia, Renata Bonaparte, ainda não têm uma marca, mas sim uma coleção. Marcella costumava fazer suas roupas e se juntou com a amiga para começar a vender. Para ela, as eletivas de moda foram fundamentais:

– Peguei estrategicamente matérias que me ajudassem na produção como modelagem e técnicas – ressaltou.

A estudante optou por produzir sua coleção com uma modelista e uma costureira. A coleção Marcella e Renata é divulgada essencialmente pela internet e, segundo as sócias, não é vendida mais "somente para as amigas". Para Marcella, o Facebook foi essencial para o sucesso da coleção:

– Colocamos umas fotos para poder vender para as amigas, para que elas não precisassem vir aqui ver. Mandamos a página no Facebook para elas, e elas mandaram para mais amigas e a coisa cresceu – apontou Marcella.

O Facebook também ajuda a estudante Clara Rosas a vender suas peças. A estilista posta as fotos, e as interessadas escolhem, informando os tamanhos.

Segundo Ana Wambier, não há dúvida de que as redes sociais facilitam a divulgação da marca.

– As pessoas às vezes nunca ouviram falar, não conhecem a sua marca. E ai ela lê, vê o blog, gosta e quer conhecer – ressaltou Ana.

Segundo ela, o anúncio de que a Wasabi iria desfilar no Rio-à-Porter elevou o número de acessos nos blogs, no Twitter e no Facebook da marca. Hoje, a Wasabi vende para multimarcas no Rio de Janeiro, São Paulo, além de outras cidades brasileiras e até para uma marca australiana. Ana lembra que para o negócio dar certo é importante a união das sócias, pois o processo desde a criação até finalização é trabalhoso:

– Fazemos tudo juntas – afirmou.