Projeto Comunicar
PUC-Rio

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Cultura

Fronteiras da publicidade estão mais tênues

- Do Portal

17/03/2008

As fronteiras da publicidade estão mais frágeis. É preciso entendê-la de forma integral, alertaram os participantes do ciclo de seminários “Publicidade na era digital”, série que discutiu a interação da Comunicação Social com as novas tecnologias digitais, realizada no primeiro semestre de 2007, no Auditório do RDC.

Na abertura do seminário, o diretor do Departamento de Comunicação da PUC, professor Cesar Romero Jacob, relembrou momentos importantes desta interação –  que começou em outubro e novembro de 2006, com encontros internos, entre professores da própria universidade. Em março de 2007, um terceiro encontro fez uma espécie de inventário das iniciativas de todos os departamentos da universidade. “E o quarto encontro, na semana passada, contemplou iniciativas de departamentos como o de Engenharia Elétrica, o de Artes e o de Informática”, esclareceu Romero Jacob. Ele acrescentou: “Agora, dizem os engenheiros, o que falta é o conteúdo. E isso é com a Comunicação”.

A professora Patrícia Burrowes coordenou o debate entre os publicitários Miguel Genovese, da agência Interactive-McCann, e Mário Castellar, da multinacional Nestlé. Com intensa participação da platéia – formada na maioria por estudantes que pretendem se graduar em Publicidade –, a palestra teve momentos curiosos. Castelar, por exemplo, divertiu o público ao associar a publicidade com a música brasileira:

– As pessoas não são só consumidoras. São, antes de tudo, pessoas. Como dizem João Bosco e Aldir Blanc naquele samba, ‘paus-de-arara, são passistas, são imigrantes’. Não compram o tempo inteiro. Pelo contrário, gastam pouquíssimo tempo consumindo.

Genovese completou:

– As pessoas estão superconectadas e superdisputadas. Surge um novo tipo de consumidor.

Uma das principais idéias exploradas na palestra foi a dissipação das fronteiras no mundo da publicidade. “Não devemos mais falar em ‘propaganda’, nem ‘publicidade’, nem ‘promoção’, e sim em ‘comunicação’. E também devemos abandonar de vez a palavra ‘consumidor’”, propôs Castelar, que provocou risos ao comparar termos da publicidade – alguns provenientes da área tecnológica – com samba dos anos 30. “Já estava tudo lá na letra”, brincou o publicitário da Nestlé.