Igor de Carvalho - Do Portal
16/05/2011Um projeto iniciado há dez anos como uma investigação do que seria o brasileiro de classe média virou o documentário Dois Tempos, de Arthur Fontes e Dorrit Harazim. Premiada no Festival É tudo verdade deste ano (categoria longa-metragem), a produção da VideoFilmes e Conspiração faz uma pré-estreia na PUC-Rio antes de chegar ao circuito comercial. Será exibida nesta terça-feira (17), às 11h, na sala 102-K do Edifício Kennedy. Os diretores do documentário participarão de debate após a exibição.
O documentário conta a história da família Braz, residente no bairro Brasilândia, periferia de São Paulo. Antes da realização de Dois Tempos, a mesma família havia participado do projeto chamado Seis Histórias Brasileiras, produzido por quatro jornalistas (Dorrit Harazim, Flavio Pinheiro, Marcos Sá Correa e Zuenir Ventura) e três diretores de cinema (Arthur Fontes, Izabel Jaguaribe e João Moreira Salles). A iniciativa desdobrou-se em seis documentários – dentre eles, Família Braz, também de Arthur Fontes e Dorrit Harazim.
Na montagem desse primeiro retrato dos Braz, os diretores perceberam os integrantes do clã projetavam suas vidas dali a dez anos. Era o argumento que Dorrit e Fontes precisava, ou queriam, para mergulhar novamente no cotidiano da periferia paulista. Desta vez, a dupla foi verificar quais desejos haviam sido realizados.
Para o Arthur Fontes, três vezes indicado ao International Emmy Awards e sócio-fundador da Conspiração, o filme mostra “uma família igual a muitas outras no Brasil“:
– Eles pertencem a essa nova classe média. Buscamos entender como a periferia enxerga os outros lugares da cidade.
Ele admite que o pretende continuar acompanhando essa família. “É como acompanhar a história do Brasil em um período de tempo”, justifica o diretor.