No dia do jornalista, a Associação Brasileira de Imprensa organizou, em sua sede, o debate “O papel do jornalista no contexto cultural contemporâneo”. No encontro realizado nesta quinta-feira (07/04), o coordenador de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Leonel Aguiar, destacou a importância da classe como fomentadora da democracia.
– O jornalista impulsiona a democracia e aprofunda o estado de direito. As informações jornalísticas podem fazer com que os cidadãos se reconheçam como seres independentes – destacou.
De acordo com o professor, a classe possui saberes específicos que nenhuma outra profissão detém. Dessa forma, defendeu a necessidade do diploma para o exercício da profissão.
– Esse é o profissional que reconhece a notícia, tem o procedimento adequado para apurá-la e a técnica correta para narrá-la – resumiu.
Presente no encontro, o ex-senador Saturnino Braga foi além e afirmou que a democracia no Brasil foi uma construção da imprensa.
– Os jornalistas, divulgando os ideias democráticos, tiveram papel fundamental na redemocratização do país – lembrou.
Apesar da comemoração pelo dia especial dedicado à profissão, a classe não foi poupada de críticas. A professora Sônia Virgínia Moreira, da Faculdade de Comunicação da Uerj, afirmou que o atual modelo de jornalismo está aquém da profissão. Segundo ela, as matérias passaram a ter um tom exageradamente declaratório. Falta, segundo a professora, uma contextualização maior dos fatos. Para ela, isso é resultado da pouca leitura dos universitários.
– Os jovens, mesmo estudantes de comunicação, estão lendo cada vez menos e isso é prejudicial ao jornalismo – detectou.
No debate, o economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES e ex-reitor da UFRJ, também não poupou críticas ao atual modelo de jornalismo. Segundo ele, a classe está pecando em naturalizar fenômenos que mereceriam mais discussão. Lessa citou o exemplo da demonização da classe política como exemplo.
– Como só existem matérias falando mal dos políticos, criou-se na cabeça das pessoas que todo político é corrupto. Isso não é verdade. Agora, matéria falando bem de político virou sinônimo de jornalista comprado – destacou Lessa.
Segundo o economista, é essencial que a imprensa repense seu modo de atuação.
– O jornalismo tem que fazer um convite à reflexão – criticou.
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