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Rio de Janeiro, 20 de abril de 2024


Esporte

"Correr é bom, barato e faz bem à saúde"

Carolina Bastos e Luisa Nolasco - Do Portal

04/04/2011

 Luisa Nolasco

Os corredores de plantão, e aqueles interessados em (re)começar uma atividade física regular, ganham mais uma oportunidade a partir de amanhã, na PUC-Rio. Um grupo formado por professores, alunos e funcionários da universidade dará a largada, às sete da manhã, do projeto “Corrida e Caminhada”. Eles percorrerão as trilhas do campus, todas as terças (7h) e quintas (12h). A concentração está marcada para os pilotis. O ritmo e a distância variam de acordo com as condições físicas de cada corredor. Ao se inscrever, o participante é avaliado e recebe uma planilha com a cadência sugerida para cumprir um determinado percurso. "De acordo com o condicionamento físico, a pessoa pode fazer uma parte andando e a outra correndo, por exemplo", esclarece o professor Renato Callado, titular da Coordenação de Educação Fisica e Esportes.

– Os trajetos serão sempre atraentes, de maneira que os corredores não se sintam em uma atividade maçante – garante.

Fora os benefícios à saúde, a iniciativa estimula a socialização. A corrida, ou caminhada, serve como um catalisador dos diversos perfis que integram a "comunidade PUC". O peruano Efrain Tinoco, aluno do mestrado de engenharia de materiais, destaca a possibilidade de “intercâmbio”:

– O projeto me atraiu por ter um contato entre os integrantes. Não é como a musculação, que você fica uma hora malhando e não interage com ninguém – compara – Ainda por cima, vou conseguir aperfeiçoar o meu português e fazer novos amigos – justifica o estudante, de 30 anos.

Para participar, é preciso ser aluno, professor ou funcionário da universidade, preencher a ficha de dados pessoais e submeter-se a uma avaliação médico-funcional. A inscrição – gratuita – pode ser feita na Coordenação de Educação Física (sobreloja do Edifício Cardeal Leme), de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. Callado conta que a ideia é antiga, mas só avançou no ano passado, quando a Coordenação foi autorizada a desenvolver ações esportivas como atividades extras, não só como disciplinas. “Essa mudança abriu espaço para reinvestimentos nas atividades esportivas", comemora.

 Luisa Nolasco 

Antes de pegar o calção, a camiseta e o tênis, o interessado passa por uma avaliação médica que, somada às informações da ficha de inscrição, ajuda a compor o "histórico do atleta". Com base nessas informações, é prescrito um programa de atividade individual. Uma espécie de partitura a qual o corredor deve seguir para se exercitar com mais conforto e segurança. O professor de educação física Renato Barbeito, coordenador do projeto, afirma que a proposta principal é a melhora da qualidade de vida e o condicionamento físico dos participantes. Ele observa que a atividade também pode ajudar o combate a problemas como diabetes e hipertensão.

Há pouco mais de um ano no Brasil, Efrain gosta de “cultivar sua forma física”. Por meio da própria universidade, já praticou esportes como capoeira, natação e musculação. Acostumado a correr uma hora por dia no Peru, ele tenta fazer o mesmo por aqui. A orla e a Lagoa Rodrigo de Freitas – e agora a PUC – são os seus lugares preferidos. Efrain considera a atividade física regular “essencial para a saúde", e destaca a corrida como um esporte "bom, barato e saudável".

O estudante de direito Luiz Felipe Nogueira, de 23 anos, tinha o hábito de correr na praia, mas a "falta de tempo" tornou-se o principal inimigo da sua forma física. Com o "Corrida e Caminhada" da PUC-Rio, Luiz Felipe ficou estimulado pelo acompanhamento profissional sem custo e a facilidade de acesso:

– Sempre tive vontade de correr maratonas. Acredito que o projeto possa gera uma equipe de corrida da PUC voltada para essa área – sonha.

O estudante conta, empolgado, como a corrida influencia positivamente o "lado psicológico":

– Esqueço dos problemas e relaxo a mente. E ainda melhoro a minha concentração.

Luiz Felipe lembra a importância da articulação entre a atividade física regular e os hábitos alimentares saudáveis. "De preferência, com muito “arroz e feijão”, brinca. Para manter-se disposto, ele troca o ônibus pela caminhada e o elevador pelas escadas.

 Arquivo pessoal

Especialistas recomendam atividades físicas regulares, ajustadas às características e pretensões de cada pessoa. Callado observa que, diante da falta de tempo no dia a dia, as atividades na PUC podem encaixar muito bem:

– Pela flexibilidade de horário e fácil acesso, o campus torna-se o espaço perfeito para quem trabalha ou estuda aqui.

Segundo o professor, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática de exercícios aeróbios de quatro a cinco vezes por semana. Para ele, a corrida e a caminhada levam a vantagem da "maior praticidade":

– Elas melhoram a qualidade de vida, são fáceis, baratas, não precisam de equipamento nem locais privados específicos. Você pode correr na praia, no parque, no condomínio ou na Lagoa, e só precisa de um short, uma camiseta e um tênis. Em relação à consequências físicas, a corrida e caminhada evitam absenteísmo, pressão alta ou baixa, regulam o colesterol e melhoram a disposição do atleta – explica.

 Carolina Bastos

O técnico em química Caio Mello, de 22 anos, se inscreveu no projeto atraído também pelo acompanhamento profissional. Pratica corrida há dez meses, e viu no “Corrida e Caminhada” uma oportunidade de aperfeiçoar o exercício. “Para correr, eu só preciso da minha disposição e de um tênis razoável. Não tem custo alto e posso escolher o dia para praticar”, diz ele. Mello ressalta a importância do esporte: 

– É fundamental para o bem estar, e nos dá noções de disciplina.

Mello conta que, cultivar a disposição, alimenta-se de três em três horas, e não dispensa frutas, barras de cereais e iogurtes. Nas principais refeições, ele tenta comer legumes e verduras. Mas enfatiza:

– O que me dá mais energia é a própria prática de exercícios.

Barbeito ressalta que o alcance dos objetivos desejados (melhora do condicionamento e do bem estar, prevenção de doenças, maior disposição) e a segurança do exercício estão associados à prescrição e ao acompanhamento adequados, por profissionais especializados: médico e profissional de educação física, com registro no Conselho Regional da categoria. Ele adverte:

 Reprodução/Internet 

– É preciso tomar cuidado com atividades físicas em excesso e sem um acompanhamento especializado. Dependendo do caso, pode até ser mais prejudicial do que o sedentarismo.

Para atividades aeróbicas, principalmente corridas e caminhadas, o professor de futsal da PUC-Rio Victor Hugo Liberato e os organizadores do projeto "Corrida e Caminhada", Barbeito e Callado, recomendam o uso de roupas leves. Liberato lembra que, para a mulher, é necessário um top que deixe os seios seguros e confortáveis. O short pode ser de lycra.

O professor de educação física e fisioterapeuta Ivan Ribeiro observa que o tênis também deve ser levado em conta. Convém adequá-lo, por exemplo, ao tipo de pisada: neutra, supinada e pronada.

COMO ESCOLHER O TÊNIS IDEAL

Os tênis de corrida, em geral, contemplam cinco categorias: estabilidade, controle de movimento, amortecimento, performance e trilha. As mais importantes são as três primeiras.

CONTROLE DO MOVIMENTO

- Os tênis que permitem maior controle de movimento são os mais rígidos e mais pesados, porém muito duráveis. Têm solado plano para oferecer maior estabilidade e suporte. Este tênis é mais indicado para o corredor com a pisada do tipo "pronada". 

ESTABILIDADE

- Determinados tênis favorecem mais a estabilidade, mas sem deixar de lado o amortecimento. Amortecem o impacto, pelo menos no calcanhar, e a sua estrutura procura reduzir o movimento de pronação, estabilizando o pé após o contato com o solo. São indicados para corredores com pisadas "pronadas moderadas", mas podem servir também para corredores com pisada "neutra" ou "supinada  leve", desde que o nível de amortecimento seja adequado ao peso. 

AMORTECIMENTO

- Já essa categoria de tênis tem, como principal objetivo, amortecer o impacto com o solo. É indicada para corredores com a pisada do tipo "supinada", que normalmente têm o pé mais rígido (e, portanto menos eficiente como amortecedor natural).