Administrar empresas com ênfase na importância da inovação como instrumento de competitividade e crescimento sustentável é um dos principais, se não o principal desafio dos gestores, dizem os especialistas. Para superá-lo, o consultor Heitor José Pereira, da Fundação Instituto de Administração (FIA), vinculada à USP, recomenda uma prática que começa a se difundir nas empresas: a gestão do conhecimento.
– Trata-se da transferência do conhecimento pessoal dos mais antigos na empresa para os mais novos. Isso trabalhado sempre, não apenas nos primeiros momentos do recém chegado à corporação ou na pré-aposentadoria. A melhor forma de retenção do conhecimento é esse novo plano de sucessão, em que poucas empresas pensam – explica Pereira.
O administrador participou, nos dias 24 e 25 deste mês, na PUC -Rio, do Seminário Nacional de Inovação Estratégica. A mesa redonda, organizada pelo Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação (INEI), debateu as estratégias voltadas à inovação.
– Além de cumprir as funções necessárias para ser uma novidade no mercado, é preciso ser algo que nos faça convergir para um mundo mais sustentável. É fundamental debater as estratégias para se chegar a novas contribuições para o mercado – ressalta o presidente do INEI, Sidney Huber.
Heloísa Moura, diretora de Inovação da MJV Tecnologia e Inovação e também diretora do INEI, acredita que a "grande estratégia" para consolidar um novo conceito de valor comercial é o “design thinking”, ou seja, pensar o design como uma ferramenta tecnológica para o sucesso.
– Muitas empresas estão começando a combinar design e business (negócios). A Apple é uma das pioneiras nisso. É preciso explorar o que ainda não é o foco, mas existe interesse do ser humano – afirma Heloísa.
Diretor da Federação das Indústrias do Estado do Paraná e do Centro Internacional de Inovação, Filipe Cassapo aposta num setor de gestão de inovação nas empresas. Segundo ele, esse gerenciamento contemplaria desde a captura e seleção das ideias até a implantação das novidades com "valor agregado". Para Cassapo, só pode ser considerada inovação se for aceita e gerar algum valor:
– Hoje, são exigidos das empresas rapidez e uso intensivo e responsável do conhecimento. A preocupação com o crescimento sustentável também. Inovar é transformar uma ideia em resultados sustentáveis.
Para o diretor executivo da Gad Innovation Charles Bezerra, é preciso pensar melhor o que ele chama de “cultura de inovação”. Bezerra afirma que inovação "é enfrentar o desconhecido", mas ressalva: “isso exige repensar o coletivo, repensar a competição entre as empresas”.
– Entre as corporações, a cultura de inovação é mais importante do que a cultura do diálogo. Para chegar ao sucesso, acredito que seja necessário aproximá-las. É preciso ouvir a opinião contrária (empresa concorrente no setor), pegar o conceito dessa ideia (mesmo que não concorde), fazer uma fusão com a ideia da sua empresa e aplicá-la da melhor maneira no mercado – sintetiza o administrador.
Economistas: rebaixamentos exigem reformas
Economia aguarda reequilíbrio entre Executivo e Legislativo
Economia do compartilhamento se estende às cidades
Economistas condicionam saída da crise a reforma previdenciária
Novas profissões: instagrammer ganha por viajar e ter seguidores
Avanço de serviços de música via internet muda rumos do rádio