Indicado pela presidente Dilma Rousseff, o novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, tomou posse na quinta-feira passada com o apoio de grande parte dos segmentos jurídicos brasileiros. A boa acolhida ao substituto do ex-ministro Eros Grau (aposentado desde agosto) sustenta-se no  perfil "legalista", supostamente imune a tinturas políticas. O advogado Firly Nascimento, ex-aluno da Fux na PUC-Rio, em meados da década de 1970, o considera um “julgador muito técnico”.

 – Ele não tem inclinação para ceder às correntes alternativas do direito, ou seja, não priva pela intervenção política – observa Nascimento, hoje também professor da PUC.

O advogado Mário Eduardo de Castro, também ex-aluno de Fux, mas na Uerj, destaca o espírito pioneiro e o gosto pelo convívio acadêmico de Fux. “Ainda na faculdade dirigiu o início do escritório modelo de advocacia da instituição. Logo que se formou, foi chamado para dar algumas aulas, fruto de seu grande interesse e satisfação por fazer parte da comunidade acadêmica”, lembra. No entanto, Nascimento acredita que a maior contribuição do novo ministro do Supremo remete ao processo civil brasileiro, área em que "sempre buscou diminuir o tempo de duração dos processos".  

– O Fux é extremamente legalista, ou seja, segue à risca o texto das leis. Até porque possui inúmeros trabalhos sobre livros comentados, principalmente o Código de Processo Civil. Com uma carreira brilhante no Judiciário brasileiro, acredito que ele está preparado para a função de ministro do STF – afirma.

Para o advogado Roberto Dias, outro ex-aluno de Fux, o ministro possui uma visão "amplamente humanitária e interdisciplinar" do direito:

– Graças a essas características, acredito que ele vá seguir a mesma linha dentro do STF. É o que o próprio Fux diz: as leis devem servir o homem, e não o homem se servir da lei – pondera Dias.

Aos 57 anos, Luiz Fux poderá exercer a função de ministro do Supremo até abril de 2023, quando completará 70.