Brasil e Argentina estão mais unidos. Em sua primeira viagem internacional, realizada na última segunda-feira (31/01), a presidente Dilma Rousseff consolidou mais de 15 novos compromissos com a sua colega argentina, Cristina Kirchner. Entre eles estão acordos nas áreas de energia nuclear, infraestrutura, biocombustíveis, direitos da mulher e habitação. No encontro, Dilma afirmou à imprensa a sua satisfação em estreitar relações com o país vizinho e elogiou os esforços de Cristina em formar uma aliança estratégica na região.
Marcada por um fato histórico – a inédita reunião de duas mulheres à frente das principais potências da América do Sul –, a visita se estendeu à Praça de Maio, localizada em frente da sede do Executivo argentino. No local, Dilma se reuniu com Mães e Avós da Praça de Maio (dois grupos de mulheres que perderam familiares durante a ditadura militar argentina). Além da presidente, a cúpula brasileira foi formada por oito ministros – Nelson Jobim (Defesa), Iriny Lopes (Políticas para Mulheres), Mário Negromonte (Cidades), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Márcio Zimmermann (Minas e Energia).
A professora Sônia de Camargo, do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, comentou o encontro para o Portal PUC-Rio Digital. Segundo ela, além dos acordos traçados, o principal motivo da visita está claro: indicar aos países sul-americanos o interesse do Brasil em formar uma aliança na região.
– Para o Brasil costurar parcerias na América do Sul, é prioritário criar um laço de união com a Argentina – explicou.
A professora elogiou a opção de Dilma em escolher o país vizinho para sua primeira visita. Segundo Sônia, em função da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), “que é um grande projeto visando à proximidade entre os países”, o encontro era “absolutamente prioritário pois os demais países – a exemplo de Venezuela e Colômbia – possuem mais conflitos políticos com o Brasil”, sendo assim mais difícil a realização de parcerias.
No entanto, a especialista fez uma ressalva:
– Dilma não deve demorar a visitar outros países e estabelecer novos acordos. Mesmo com os chamados “radicais” da região – afirmou.
Sônia de Camargo ressaltou que o foco principal hoje da Unasul são as questões comerciais e econômicas, mas que esse quadro deve mudar nos próximos anos “devido às ambições dos Estados sul-americanos em angariar novos recursos para a região”. A presidente e a comitiva brasileira voltaram a Brasília no mesmo dia.
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