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Rio de Janeiro, 27 de julho de 2024


Campus

“A PUC contribuiu de forma decisiva na minha formação”

Thaís Chaves - Do Portal

10/12/2010

 Divulgação

Foi o interesse por equipamentos eletrônicos que levou o atual ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, ao curso de engenharia eletrônica da PUC-Rio, em 1959. O ministro escolheu a universidade atrás da especialização em engenharia mecatrônica. A PUC-Rio, na época, era a segunda instituição brasileira a desenvolver trabalhos nesse campo. Ao longo da carreira, Sergio Rezende recebeu vários prêmios, medalhas e condecorações. Dentre eles, recebeu do presidente da República a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em julho de 1995.  

– A PUC contribuiu decisivamente na minha formação profissional, porque fui aluno de professores muito bons. Como entrei na universidade embalado, tinha sido bom estudante no científico [atual ensino médio] e passei nos primeiros colocados no vestibular, tomei gosto pelo estudo – ressaltou.

Sergio Rezende foi monitor de estudo do laboratório de física e conseguiu bolsa de iniciação científica, também em física, quando estava no quarto e no quinto ano. Segundo Rezende, a escolha pela física, como campo de pesquisa, se deu em função do pefil mais científico do departamento em relação aos de engenharia.

O ministro fez mestrado e doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, concluídos em 1965 e 1967, respectivamente. Na época, conforme disse, não existia pós-graduação no Brasil e os professores tinham de cursar no exterior. O professor Luis Carlos Baiana era um exemplo. O professor que, segundo Sergio Rezende, se destacava pelo raciocínio lógico, tinha acabado de voltar do seu doutorado no MIT.

– Luis Carlos Baiana foi meu professor em duas cadeiras, quando me estimulou a buscar o campo da eletromagnética e me incentivou a estudar no MIT. Ele me deu uma carta de recomendação e acabei no mesmo lugar onde ele tinha estudado, trabalhando em áreas semelhantes às dele – contou.

Outro professor que marcou a passagem de Rezende pela PUC-Rio foi o general do Exército Argos Eurique Moreira, que também tinha vindo de um doutorado fora.

 Divulgação Sergio Rezende, além da iniciação científica, afirmou ter feito grandes amizades e se envolvido no diretório acadêmico. Durante esse tempo, o ministro jogou no time de futebol de salão e de campo da PUC.

– Não tenho uma melhor recordação, gostei muito do curso inteiro. Foi uma época em que só tive boas lembranças e por boas razões – explicou.

De acordo com o ministro, as matérias preferidas eram as que envolviam eletromagnetismo. A primeira disciplina de eletromagnetismo que fez, como contou, foi com o general Alves. Depois fez as disciplinas de radiação eletromagnética e de antenas com o professor Baiana, também militar, e o curso de microondas com o general Call.

As matérias que envolviam radiação eletromagnética eram, para Rezende, de muito interesse, pois as propagações à distância via rádio e televisão foram bastante desafiadoras. Para ele, o interessante é que a “comunicação da moda” hoje é feita via wirelles.

– Hoje usamos a internet sem fio que possibilita o sinal passar de um ponto a outro pelo ar, por ondas eletromagnéticas. Assim como a internet por fibra óptica, também feita por ondas eletromagnéticas.

Para Sergio Rezende, organização e trabalho são o segredo do sucesso, além da sorte. Conforme disse o ministro, ele teve sorte de ter sido aceito rapidamente para fazer o doutorado no MIT. Para ele, se não tivesse sido aceito, talvez não fizesse doutorado no exterior, já que não havia ainda no Brasil esse tipo de especialização.

– Quando concluí o doutorado, voltei para a PUC como professor, por ter estudado física aplicada durante metade do doutorado, muito embora meu diploma ser de engenharia eletrônica – disse. 

 Divulgação Quando lecionava na PUC-Rio, Sergio Rezende contou que surgiu uma oportunidade de ir a Pernambuco criar um grupo de pesquisa de física, inexistente naquele estado. Segundo ele, essa foi a época que mudou sua trajetória de vida, o grande desafio.

– O departamento de física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é até hoje meu departamento mais bem sucedido e tem as melhores pós-graduações do Nordeste – ressaltou.

Sergio Rezende afirmou que teve em Pernambuco oportunidades que talvez não tivesse no Rio de Janeiro ou em São Paulo, como a de ser o primeiro diretor científico da fundação de apoio à pesquisa do estado e secretário de Ciência e Tecnologia do governo de Miguel Arraes, entre 1995 e 1998. O ministro contou que conheceu, por intermédio do político, o então candidato à Presidência da República em 1994 Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o governo de Lula, além de ministro, foi presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), de 2003 a 2005.