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Rio de Janeiro, 28 de abril de 2024


Mundo

Atriz ressalta rejeição a imigrantes latinos

Fernanda Miranda - Do Portal

25/10/2010

A atriz Branca Messina ressaltou o alto grau de rejeição a estrangeiros que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, no segundo dia do Colóquio sobre Cidadania e Mobilidade Humana realizado pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI), no dia 20/10, no campus da PUC-Rio. Na ocasião, os presentes tiveram a oportunidade de assistir ao filme Olhos Azuis, do diretor José Joffily, com participação da atriz.

 Stéphanie Saramago Representando o diretor, Branca, que fez o papel de uma dançarina cubana chamada Calypso que tenta entrar nos Estados Unidos, participou de um debate com a plateia. A atriz brasileira que cresceu na Espanha disse que nunca se sentiu rejeitada pelos espanhóis, diferentemente, segundo ela, do que ocorreu na América do Norte e em outras nações europeias.

− Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa você se sente a qualquer momento rejeitado, ou não suficientemente adequado para estar naquele país. Isso acontece também nos aeroportos – contou.

O filme brasileiro, realizado com atores estrangeiros, trata a questão da imigração a partir de dois ângulos. No primeiro, mostra exemplos de pessoas que estão na sala de espera da imigração norte-americana para saberem se poderão dar entrada no país. A abordagem deixa explícito o preconceito que os imigrantes latinos sofrem e como se sentem com isso. Por outro lado, a obra mostra o drama da vida de um dos policiais responsáveis em dar ou não a permissão aos estrangeiros.

Logo após o debate sobre Olhos Azuis, as professoras Roxane Doty, da Universidade Estadual do Arizona, e Vicky Squire, da Open University, com o tema “Strangers, aliens, citizens – contemporany critical engaments” (Estrangeiros e cidadãos – engajamentos críticos contemporâneos).

A professora Roxane Doty, especialista em políticas de migração, afirmou que o deslocamento de pessoas entre países é realmente um fenômeno global, realizado todos os dias pelos mais variados  Stéphanie Saramago motivos. Segundo ela, um caso que merece destaque é o movimento na fronteira México-Estados Unidos que é onde se tem maior número de tentativas e onde a fiscalização é intensa gerando grande número de mortes.

Roxane Doty afirmou que é necessário que os imigrantes sejam mais informados, tanto sobre o país de destino quanto sobre a política de migrações.

– Os imigrantes têm que entender que tentar cruzar a fronteira de forma ilegal é o caminho da morte – disse.

A professora Vicky Squire ressaltou a rejeição de imigrantes em certros países, principalmente nos EUA, que ocorrem não somente pelo preconceito, mas por uma série de motivos políticos.

–A preocupação também se dá por controle de população no país, uso dos serviços públicos, controle da criminalidade, entre outros motivos – explicou.

Vicky Squire explicou que os imigrantes vão, em sua maioria, em busca de melhores condições de vida ou como refugiados. Segundo a professora, é preciso entender que ao mudar de país você está mudando de cultura, você deve seguir os costumes. Stéphanie Saramago

Para ela, deve-se lembrar que imigrantes são discriminados e que a vida na situação ilegal pode se tornar pior do que no próprio país de origem.

–As migrações estão acontecendo a todo minuto e é preciso que se dê mais atenção ao tratamento dado aos imigrantes – concluiu.