Formada em História pela PUC-Rio, Luciana Villas Bôas passou de jornalista à diretora editorial do grupo Record. Foi apresentadora do Jornal da Globo na década de 1980 ao lado de Renato Machado, Belisa Ribeiro, Ênio Pesce e Carlos Monforte e foi réporter do Caderno B, subeditora de Internacional e editora do Idéias no Jornal do Brasil. Em 1995, migrou para o ramo editorial, no qual se encontra até hoje.
Para Luciana, sua vivência na universidade foi fundamental para a sua formação. Segundo ela, a PUC era a melhor escolha do país na época. A editora contou que sente saudades do seu tempo de estudante.
− Me lembro que foi um grande momento de atividade política estudantil com as questões do DCE. Eu era bem próxima e isso foi muito importante na minha formação também. Sérgio Besserman era presidente do DCE quando eu entrei – ressaltou.
Depois de formada em história, Luciana chegou a cursar dois anos de graduação em jornalismo. Como naquela época não era exigido o diploma de jornalista, assim que conseguiu seu registro trancou a faculdade.
Ciro Flamarion Cardoso, Margarida de Souza Neves e Franscisco Falcon foram alguns professores que lhe serviram de exemplo. Entre suas matérias preferidas estavam aquelas que tratavam da história da América Latina, dos Estados Unidos e do Brasil. O Departamento de História lhe traz boas recordações.
− Até pouco tempo as secretárias eram as mesmas. É onde mais me emociono ao voltar – recordou.
Hoje, mãe de dois filhos – Maria Isabel, de 20 anos, e Miguel, de 16 –, mora no bairro do Leblon e visita a PUC sempre que possível, o que, segundo ela, "é um prazer". Um dos motivos que a fazem voltar é que sua filha é aluna da universidade. Para ela, a PUC é única e tem a vantagem de dar à cidade um verdadeiro campus universitário, uma das principais razões de ter incentivado a escolha de sua filha.
− Aquela parte do jardim é um ótimo lugar, namorar lá, discutir a relação, foram ótimas experiências – contou.
Luciana resolveu largar o jornalismo pois a última posição que ocupou no Jornal do Brasil, de editora do caderno Idéias, a aproximou muito do mundo editoral. Quando houve uma possibilidade de mudar, não hesitou. A editora revelou não sentir saudade do seu tempo de jornalista.
− Eu realmente gosto muito mais de livro do que de notícia. Eu não estava no lugar certo como jornalista – explicou.
Sua paixão por livros começou com Monteiro Lobato, seus pais sempre lhe deram muitos livros. Luciana aprendeu a ler em casa com sua mãe. Com 9 anos, dizia para seus pais que queria ler livro de gente grande, pois já havia lido todas as obras de Lobato várias vezes. Assim como hoje, já gostava de ler quase tudo que caísse em suas mãos.
− Eu era muito novinha quando li Vidas Secas e gostei muito. Gostava também dos best-sellers americanos que eram publicados pela Record naquela época – contou.
Luciana não contemplava a ideia de ser editora, pois quando se formou as editoras eram negócios muito pequenos e familiares. Durante sua vida acadêmica, todos os livros que precisou ler na área de ciências sociais eram em espanhol. Como não queria ser jornalista, decidiu cursar história.
− Depois acabei no jornalismo porque queria sair de casa, e achava que se eu fosse fazer carreira acadêmica ia demorar muito a ganhar o dinheiro que me permitisse ser independente – explicou.
Mesmo concluindo sua graduação em história, Luciana nunca chegou a exercer a profissão de historiadora. Porém, seu contato com as pessoas de história continua grande devido a publicação, pela editora Record, de obras de alguns que foram seus professores.
– Eu realmente acho que o curso de história da PUC foi muito importante para o desenvolvimento da minha compreensão intelectual das coisas – ressaltou.
Para os universitários que procuram seguir carreira no ramo editorial, Luciana aconselha que não desperdicem o tempo na universidade, pois é um tempo único que não se recupera depois, que realmente aproveitem ao máximo tudo que a universidade tem a oferecer e que desfrutem ao máximo das relações com os professores que se dedicam e estão dispostos a colaborar com o desenvolvimento do aluno.
Luciana afirma que o caminho para o sucesso é se entregar ao que deseja, e que é indispensável a dedicação ao estudo e à leitura.
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