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Rio de Janeiro, 2 de maio de 2024


Campus

Novo vice-reitor pretende reforçar a agenda ambiental

Igor de Carvalho - Do Portal

04/10/2010

Mauro Pimentel

A agenda ecológica – revigorada, por coincidência, com a votação expressiva de Marina Silva (PV) na disputa ao Planalto – ganha força também na PUC-Rio. Com a experiência de ex-diretor do Jardim Botânico, o novo vice-reitor de Assuntos de Desenvolvimento, Sérgio Almeida Bruni, pretende estender a "questão ambiental" a todos os setores da PUC-Rio. Na cerimônia de posse, nesta segunda-feira, Bruni adiantou que o caminho da "universidade sustentável"  passa por um diálogo amplo com a comunidade acadêmica. A começar pela conversa com o antecessor, padre Francisco Ivern Simó, S.J.:

– Preciso conversar com o padre Ivern para podermos discutir minhas ideias de planejamento para a Vice-reitoria. A partir daí, teremos um melhor panorama do que iremos acrescentar à PUC-Rio.

Entre os planos que pretende debater com a "comunidade PUC", destacam-se aqueles associados à sustentabilidade e aos avanços ambientais. Criador do Projeto Mata Atlântica, quando dirigia o Jardim Botânico, Bruni ressaltou a importância de ampliar as ações relacionadas ao meio ambiente:

– Com a criação do curso de biologia, a questão ambiental se torna mais importante em nossa vida acadêmica. É algo a ser trabalhado por toda a universidade.

O novo vice-reitor apresentou outras propostas a serem desenvolvidas a partir de um diálogo estreito com a comunidade acadêmica:

– Pretendemos buscar novas fontes de investimento, apesar do equilíbrio econômico conquistado. Devemos conjugar critérios éticos de sustentabilidade, ampliar os mecanismos de relação com as esferas do poder, manter as atividades sociais já desenvolvidas.

 Mauro Pimentel Em deferência ao convite do reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., Sérgio Bruni disse que considera “especial” a responsabilidade assumida quando a universidade comemora sete décadas:

– Estar assumindo esse desafio agora, com a comemoração dos 70 anos da PUC-Rio e a discussão sobre os desafios do amanhã, é algo muito especial.

Para padre Francisco Ivern Simó, S.J, o futuro do seu sucessor "será de desafios", apesar do “ambiente amigo e fraterno” da PUC-Rio:

 – O que não irá faltar para o Sérgio como vice-reitor será trabalho, e será bastante.

Para padre Josafá, a escolha de Sérgio de Almeida Bruni para o cargo de vice-reitor de Assuntos de Desenvolvimento exigiu "discernimento espiritual" e rigor na busca por opiniões internas e externas:

 Mauro Pimentel

 – A opinião geral foi de que não havia nome melhor do que o de Sérgio para a Vice-reitoria nesse momento. Eu busquei alguém capaz de resgatar algumas funções, como a relação externa, a procura por novos fundos – explicou o reitor.

Padre Josafá ainda ressaltou algumas das principais características de Bruni, como “o caráter desbravador e desafiador, a experiência em gestão no setor público-privado, a abertura ao diálogo e o respeito às diferenças. Outros atributos destacados pelo reitor foram a "sensibilidade e a relação com a poesia,  que não poderia ser diferente, já que é da terra de Castro Alves”.

Sérgio de Almeida Bruni: incursão pelas letras, pelo meio ambiente e pela educação

Formado em 1988 pela Escola Superior de Guerra (ESG), Sérgio Almeida Bruni soube promover o diálogo, ao longo de sua carreira, entre educação, administração pública e sustentabilidade. Possui graduação em economia e pós em administração pública, ambos pela Fundação Getúlio Vargas. Especializou-se também em Política e Gestão Científica,concentrada em meio ambiente, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Exerceu muitos cargos públicos, entre eles, a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE). Foi assessor especial da Presidência da República, governador de Roraima ( de 99 a 2002) e secretário de educação e cultura do estado. Parte do seu currículo, por outro lado, está intimamente ligado às questões envolvendo a preservação de ecossistemas. Em 87 e 88, foi diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde, mais tarde, à frente do instituto de pesquisas do parque, criou o “Projeto Mata Atlântica”, um banco de dados sobre a fauna e a flora dessa vegetação. Retornou à presidência de uma entidade ligada aos assuntos ambientais em 98, quando foi nomeado presidente do comitê executivo da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, permanecendo no cargo até 2007. Já coordenou o Instituto Brasileiro de Pesquisas Florestais (atual Ibama).

Sua incursão pelas atividades empresariais veio em 2005, com a nomeação para a vice-presidência do conselho de administração da Varig. Outro destaque de Bruni está no campo da literatura: foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti de 2009 na categoria “ensaios e crônicas” com a obra Vatapaenses Vasos Comunicantes (Editora GM Minister).