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Rio de Janeiro, 24 de abril de 2024


Ciência e Tecnologia

Palestra discute rumos dos nanoprocessadores

Daniel Cavalcanti - Do Portal

28/09/2010

 Stéphanie Saramago O pesquisador venezuelano e professor do Departamento de Física da PUC-Rio Alexis Hernàndez proferiu, na última quinta-feira, 23/09, a palestra "Nanociência e nanotecnologia: uma revolução em andamento". O professor abordou o rumo das pesquisas na área de nanotecnologia por meio de uma apresentação sobre a história da computação moderna e analisou as dificuldades de se trabalhar com o nanomundo.

Segundo Hernàndez, os computadores como conhecemos hoje passaram por uma fase onde o código binário – os 0s e 1s que um computador interpreta – era processado por válvulas, o que gerava grandes problemas de energia e espaço físico utilizado por uma máquina. Com a inveção do transistor, afirmou o professor, ocorreu um salto em direção aos computadores pessoais – os PCs, ou personal computers. Daí em diante, o processo constante de miniaturização do transistor gerou um “limite de velocidade” para os processadores modernos.

Hernàndez explicou que o objetivo principal da nanotecnologia é, hoje, construir transistores microscópicos, que possam gerar máquinas mais rápidas, energeticamente eficientes e cada vez menores. O professor é um dos responsáveis na PUC-Rio pelas pesquisas nesse campo, onde cada um está empenhado em vencer os limites da miniaturização. A dificuldade está no próprio mundo habitado pelos materiais que estão sendo usados: o mundo quântico.

Segundo Hernàndez, as partículas quânticas se comportam de um jeito diferente dos átomos aos quais estamos acostumados. O grafeno – um composto orgânico – está integrado às pesquisas como a forma mais eficiente de construir os transistores que serão usados na confecção desses nanoprocessadores, onde as placas responsáveis pelo funcionamento dos transistores estarão interligadas por uma única molécula. No entanto, segundo o professor, os processadores quânticos que estão programados para estar prontos até 2016 não estarão no mercado tão cedo.

– Os meios de produção vão precisar se reciclar, e isso leva algum tempo – explicou o pesquisador.

Em uma demonstração de consciência ética, Hernàndez também ressaltou a responsabilidade que todos os cientistas têm de não usar essas descobertas unicamente por dinheiro ou interesses políticos.

– Não podemos deixar a ciência seguir somente a direção de um interesse econômico – declarou. – Em todo o momento, quando lidamos com ciência, precisamos tomar cuidado para onde vamos.