A internacionalização do ensino universitário foi o foco do primeiro seminário de Português língua estrangeira (PLE-RJ). Realizado na PUC-Rio, a mesa-redonda debateu devido a maior procura de estrangeiros por intercâmbio em graduação e pós-graduação no Brasil e contou com a presença dos professores do Departamento de Letras da universidade Adriana Albuquerque e Ricardo Alencar, da diretora-adjunta de Cultura e Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Danúsia dos Santos, da professora Cirlene Sanson, que representou a Universidade Federal Fluminense (UFF), e do aluno de intercâmbio da Beijing International Studies University (BISU) Chen Song.

A professora Adriana Albuquerque ressaltou que o crescimento da economia brasileira atrai um maior número de estrangeiros para o Brasil e também estimula os brasileiros a se profissionalizarem no exterior. O total de alunos intercambiados, segundo dados apresentados, aumentou de aproximadamente 90, em 1996, para mais de 1220, em 2009.

– Do total de intercambiados, 70% vêm ao Brasil – contou.

A professora acrescentou que a China é um país importante no cenário brasileiro e deve investir, até o final do ano, cerca de US$ 12 bilhões. A PUC, conforme disse, tem convênios com universidades chinesas como a Heibei University, a Comunication University of China (CUC) e a e BISU. Com a primeira, desenvolve pesquisas, intercâmbio e parceria no projeto do Instituto Confucius, que tem como principal objetivo divulgar a língua e cultura chinesa e é patrocinado pelo Ministério chinês da Educação.

O aluno da BISU Chen Song, estudante de português para estrangeiros na PUC, informou que o vínculo entre China e Brasil nas áreas de política, economia e turismo tem crescido nos últimos anos. O universitário contou ainda que a carência de profissionais fluentes em português é muito grande naquele país. Aprender português, segundo afirmou, é importante para trabalhar em empresas que negociam com o Brasil.

– Quando cheguei no Rio sofri um pouco com o choque cultural, mas agora não quero voltar à China, adorei o Brasil – acrescentou.

A professora da UFRJ Danúsia dos Santos disse que a maior parte dos alunos estrangeiros vem cursar letras e, por isso, o perfil do departamento mudou. O programa Português língua estrangeira abrange o intercâmbio, um curso de extensão na língua e o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G) – que consiste de acordos bilaterais entre Brasil e países da África, América Latina e Caribe e que permite aos universitários cursarem a graduação gratuitamente no Brasil.

– O PEC-G tem como objetivo mostrar diferentes aspectos da cultura e da sociedade brasileira, além de favorecer o desenvolvimento da competência intercultural – destacou a professora.

Cirlene Sanson, por sua vez, explicou o Programa Português para Estrangeiros da UFF, criado em 1993. O projeto inclui cursos de língua e cultura do Brasil para estrangeiros, curso de capacitação e atualização de professores, aulas dentro e fora do campus da universidade.

– As aulas externas ocorrem na cidade de Niterói e consistem na aplicação do conhecimento adquirido em sala de aula e na convivência com os cariocas – afirmou.

Dentre os locais visitados estão a Fortaleza de Santa Cruz, museus e a escola de samba Viradouro, no município de Niterói. Dentre os cursos oferecidos está o Programa Estudante Convênio (PEC), encaminhado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), que visa a ensinar a língua e cultura brasileiras em sete meses, e o curso de capacitação e atualização de professores.