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Rio de Janeiro, 6 de maio de 2024


País

Senado "é valhacouto de caciques", diz Plínio na PUC

Juliana Oliveto - Do Portal

13/08/2010

 Camila Grinsztejn

“O senado deveria ser fechado”. A frase do candidato à Presidência da República Plínio de Arruda Sampaio, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), pegou de surpresa aqueles que compareceram a mais uma mesa-redonda do seminário “Caminhos do Brasil”, realizada nesta quinta-feira (12/08). A série de debates organizada por alunos e ex-alunos da PUC discutiu o país de terça (10/08) à sexta-feira (13/08).

– O senado é um valhacouto de caciques coligados, uma vergonha, que não serve para nada. Não há razão em uma Casa rever uma lei que já foi aprovada pela Câmara, por exemplo. As coisas chegam lá e param – disparou, ressaltando que esta é posição pessoal sua e não do partido.

Acompanhado dos professores Paulo Ferracioli, do Departamento de Economia, e Pedro Cláudio Cunca Bocayuva, do Instituto de Relações Internacionais (IRI), ambos da PUC-Rio, Sampaio veio à universidade discutir os caminhos do país no desenvolvimento.

Durante seu tempo de exposição, Plínio de Arruda Sampaio alegou que o PSOL tem um programa de lutas, mas não um programa de governo, porque isso só é possível já estando no poder.

– Aos 28 anos eu fiz o plano de governo do estado de São Paulo e vi que você só faz isso quando já está lá, porque é aí que se tem acesso às informações realmente relevantes – explicou.

 Camila Grinsztejn

Sampaio repetiu seu discurso de que "o desenvolvimento econômico não é desenvolvimento sem o desenvolvimento social". E que o Brasil precisa atacar dois problemas fundamentais: a segregação social e a dependência externa.

– O melhorismo é fatal para o país. Não temos que melhorar, ou arrebenta, ou resolve logo.

Questionado sobre sua posição a respeito do Programa Universidade para Todos, o ProUni, o candidato afirmou que é altamente favorável e pretende expandi-lo, mas principalmente nas grandes universidades públicas. Sampaio disse também que, nas universidades particulares, quem deve pagar o salário dos professores é o Estado e não o aluno.

Plínio de Arruda Sampaio afirmou, ainda, que foi criada uma versão da história, desde 2005, que diz que as coisas melhoraram no Brasil. O candidato disse ser inegável o aumento de salários e do poder de compra de bens associados ao padrão de classe média, o que acabou gerando uma falsa sensação de que a pessoa pertence a essa classe.

 Camila Grinsztejn

– Nada disso é mérito do Lula, mas sim o resultado paradoxal da crise mundial. Mas tem o outro lado da moeda, a crise da indústria de bens de capital. A articulação do nosso capital é internacional. O Brasil deixou de acreditar em si mesmo.

Antes de terminar sua participação, Sampaio deu um ultimato aos jovens, para que não se submetam às estruturas e disse que é preciso combinar o respeito a essas estruturas com o direito de liberdade. Segundo o candidato, essa é a vantagem da política, que não precisa de carteirinha, e permite aos interessados começar quando quiserem.

– Eu não sei se a gente pode ganhar, mas que a gente dá um susto, dá. E se nos mobilizarmos, daqui há 10, 20 anos vocês serão hegemônicos no Brasil e vamos construir o país que queremos – encerrou.