Em palestra proferida na semana passada na PUC-Rio, a professora da Universidade Hebraica de Jerusalém Rachel Elior analisou o papel das mulheres na sociedade israelense. A visita da professora foi uma iniciativa do curso de Especialização
A conferência também contou com a presença da professora do Departamento de Educação Sônia Kramer e do presidente do Vaad Hachinuch, instituição que trata das questões referentes à educação nas escolas judaicas, Ilan Goldman.
Rachel Elior afirmou na ocasião que é “uma historiadora das vozes esquecidas, das vozes das mulheres”. Segundo ela, seu trabalho tem por objetivo mostrar ao mundo que a mulher em qualquer comunidade, em qualquer cultura, não exerce um papel de igualdade perante o homem e que isso deve mudar. A professora que já tem 14 livros publicados, oito em hebraico e seis em inglês, mostrou sua indignação ao fato de que não há até o final do século XIX qualquer obra publicada em hebraico por uma mulher.
Segundo a palestrante, o impedimento à liberdade é um pecado, um crime, independentemente de quem o esteja fazendo, seja um aiatolá, um rabino ou um mandamento da Torá.
− A lei judaica é maravilhosa em diversos aspectos, seja econômico, educativo ou trabalhista. Mas é horrível quando falamos nas relações entre o homem e a mulher, o judaísmo possui a pior das leis familiares − afirmou a professora judaica.
Nesse contexto, a professora comentou o Movimento israelense das Mulheres do Muro, constituído por judias que querem participar das leituras públicas da Torá, como a leitura feita no muro das lamentações nos feriados judaicos. Pela lei judaica, apenas os homens têm tal permissão. Sobre a iniciativa, Rachel Elior disse ser totalmente de acordo. Para ela, a proibição é “uma vergonha para um país democrático”.
Elior foi professora visitante na Universidade de Princeton, na Universidade de Tóquio e na Universidade de Michigan.