Projeto Comunicar
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Rio de Janeiro, 20 de abril de 2024


Cultura

Arquidiocese do Rio investe na comunicação com fiés

Maria Gabriela de Oliveira - Da sala de aula

22/07/2010

Divulgação

“A Igreja Católica percebeu a potência da mídia, todas as ferramentas estão sendo utilizadas por leigos e sacerdotes.” A opinião é de Marcylene Capper, diretora de Jornalismo da Rádio Catedral FM. Para ela, a Arquidiocese do Rio está atenta ao crescimento da força da mídia e não perde tempo, investindo cada vez mais na comunicação também como forma de evangelização.

Atualmente, no Rio de Janeiro, a Igreja Católica chega aos fiéis através de todos os meios possíveis, desde os mais tradicionais, como a Rádio Catedral FM e o jornal O Testemunho de Fé, até a modernidade da internet representada pelo Novo Portal da Arquidiocese, no ar há pouco mais de um ano. Segundo Marcylene, a dedicação aos meios de comunicação na Arquidiocese do Rio se deve muito ao trabalho do novo Arcebispo, Dom Orani João Tempesta, à frente da Igreja Católica desde 2009. O novo arcebispo faz questão de estar presente na comunicação e semanalmente escreve artigos para serem publicados no jornal e no portal. “O novo pastor está mergulhado na informação”, comenta Marcylene.

Apesar de trabalharem em veículos que representam oficialmente uma entidade como a Igreja Católica, os jornalistas da equipe da Arquidiocese garantem que o trabalho é o mesmo de qualquer outra redação. Na rádio desde sua criação, Marcylene não sente diferença. “A postura é a mesma de todo jornalista, sobretudo ética”. Essa também é a opinião da editora do Novo Portal da Arquidiocese, Nice Affonso. Para ela, seu trabalho exige responsabilidades éticas como em outras profissões, a diferença, é que nesse caso é preciso que haja um maior comprometimento e uma identificação ideológica muito grande com a instituição. “Eu, por exemplo, sou totalmente contra o aborto, nunca trabalharia para uma ONG que defendesse essa prática”, afirma Nice.

Se engana quem pensa que os “jornalistas da fé” encontram muitas restrições para trabalhar nos veículos da Igreja. Marcylene garante que a informação jornalística não fica prejudicada. “A Igreja vive o mundo de hoje e está atenta ao que acontece. Tudo vale. A forma que você trata o acontecimento é que muda”, explica a diretora de Jornalismo. Só na Rádio Catedral, emissora de rádio oficial da Igreja Católica no Rio, são mais de dez programas diários sobre informações da cidade, como o “Panorama da Cidade” que trata de assuntos de utilidade pública, o “Informe Catedral”, com sete edições por dia e mais dois jornais com duração de dez minutos, que vão ao ar sempre às 11h e 50 min e às 17h e 40 min.

Para Nice Affonso, a Igreja é um assunto nada restrito. “A Igreja permeia a sociedade. Então, está inserida em todos os assuntos. Não pode faltar é sabedoria para perceber isso e trabalhar os temas”, contou a editora. Na primeira página do Portal é possível encontrar, ao mesmo tempo, informações das Paróquias da cidade, artigos de Padres e Bispos e notícias diretamente do Vaticano. Além disso, por ser um meio de comunicação mais próximo das pessoas, Nice conta que muitas pautas surgem de e-mails e telefonemas que recebem dos leitores. Segundo Nice, o ritmo de trabalho no Portal é intenso e, muitas vezes, a equipe tem que se desdobrar para dar conta de tudo.

Criado em parceria com a PUC-Rio, o portal não para de trazer novidades, como a transmissão ao vivo das missas celebradas nas manhãs de sábado, em diversas paróquias da cidade. Marcylene lembra que na hora de decidir o que pode ou não pode ir ao ar é preciso ter atenção. Afinal, falar sobre e em nome da Igreja Católica traz muitas implicações. Nessa hora a experiência conta muito. Depois de 18 anos no trabalho ela afirma: “É uma autocensura.”

Quanto às dificuldades, as jornalistas têm reclamações, mas nada que interfira na boa execução do trabalho. O trabalho dos jornalistas na Arquidiocese traz muitas gratificações. Pela Rádio Catedral, Marcylene teve a oportunidade de participar da cobertura da visita do papa João Paulo II ao Rio, em 1997, e, no ano seguinte, ainda pôde visitar a residência de verão do Pontífice, onde recebeu pessoalmente agradecimentos por ter participado da cobertura.

“Nada mais marcante para uma jornalista católica do que cobrir o papa”, lembra Marcylene. Já a equipe do Portal esteve presente quase 24 horas por dia, durante os quatro dias em que a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, vinda de Belém do Pará, visitou a cidade.

Foi a primeira vez que o Círio de Nazaré foi realizado no Rio de Janeiro e o evento entrou para história das grandes coberturas jornalísticas da Arquidiocese. Nice, que já atuou em outras empresas antes de assumir a edição do Portal, comenta que o melhor benefício em trabalhar na Arquidiocese é o clima que envolve a equipe. “Na equipe que tenho aqui há dedicação pelo que se faz, mesmo quando não há recompensas financeiras. Isso é muito gratificante! Não é o dinheiro que determina as relações”, comenta a editora.