Personagem-chave do Plano Real, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco tem uma relação duradoura com a PUC-Rio. Depois da graduação em economia nos anos 1970, seguiu no mestrado e, depois do doutorado em Harvard, nos Estados Unidos, voltou como professor em tempo integral. De 1999 em diante, passou a dar aulas em tempo parcial. Conheceu a primeira esposa na universidade e acostumou seus filhos ao campus.
– São mais de 30 anos de lembranças, de vários ângulos, mas sempre pensei na PUC como parte do meu presente e não do meu passado – ressaltou.
Ele escolheu a PUC-Rio porque fazia “absoluta” questão de uma escola que colocasse a excelência acadêmica acima de qualquer outra prioridade.
– Essa é a razão pela qual continuo a recomendar a PUC inclusive para os meus filhos.
Julia e Pedro (na foto abaixo), os filhos mais velhos, são crias do campus da Gávea: ela, de 26 anos, se formou em Direito e ele, de 24, está terminando Cinema. Os dois são fruto do casamento com Vera Damazio, hoje também professora da PUC-Rio, no Departamento de Artes e Design. Os outros filhos, Maria Luisa e Antonio, “não têm idade para a PUC ainda”. Com 12 e 13 anos, respectivamente, eles são do segundo casamento, com Cristiana Laet.
– A PUC faz parte da vida da nossa família, resumiu Pedro. – Quando meu pai foi fazer doutorado nos Estados Unidos, ele disse que, por ter estudado na PUC, se sentia até mais bem preparado que os próprios americanos. Isso me impressionou bastante.
Gustavo Franco ou “Guta”, como é conhecido pelos amigos dos tempos de faculdade, é filho único do amazonense Guilherme Barroso Franco. O pai jamais esqueceu o dia em que foi chamado ao Colégio São Vicente e lhe foi comunicado que Gustavo, então com 16 anos, não podia mais continuar lá. Ele havia sido expulso por mau comportamento.
Por isso, quando Gustavo Franco passou em primeiro lugar no vestibular para a PUC-Rio, o pai mandou um bilhetinho para o diretor da escola: “Esse garoto começou no seu colégio”. Segundo Julia, sempre que o pai ganhava um prêmio ou alguma conquista, o avô enviava um novo bilhete ao São Vicente.
– Ele foi um péssimo aluno no colégio. Na universidade que começou a gostar de estudar e levar as aulas a sério – revelou a filha.
Gustavo Franco é um economista atípico. Tem trabalhos, por exemplo, sobre a relação entre a economia e escritores como Fernando Pessoa, Machado de Assis e Shakespeare, o que já lhe rendeu pelo menos três livros. Segundo ele, o fato de a PUC-Rio sempre ter incentivado a interdisciplinaridade foi um aspecto importante na sua formação.
– É verdade que eu trazia o gosto pela literatura já de antes da vida universitária, deveria ter feito mais cadeiras no Departamento de Letras – afirmou.
O carioca de 54 anos e
Para ele, “honestidade intelectual, coerência, convicção e ética” estão entre as características aperfeiçoadas na universidade e levadas para a vida pessoal e profissional. Além disso, segundo Gustavo Franco, a experiência de estudar economia numa época tão conturbada como as décadas de 1970 e 1980 foi “encantadora”.
– A hiperinflação era o grande desafio da profissão, o pesadelo que o país precisava ultrapassar, e o Departamento de Economia da PUC era o melhor e mais criativo centro de reflexão sobre o assunto, como a experiência posterior de combate à inflação viria a demonstrar – contou.
O Plano Real, o mais amplo programa brasileiro de estabilização econômica, derrotou a inflação que chegou, segundo o próprio professor, ao impressionante número de 20.759.903.275.651% entre 1980 e 1995. Franco ajudou a implantar a Unidade Real de Valor (URV), uma espécie de segunda moeda nacional, que posteriormente foi substituída pelo real.
Segundo a filha mais velha, Julia, o principal conselho do pai para os filhos sobre a vida acadêmica é que aproveitem tudo o que a PUC oferece, sempre levando a sério os estudos.
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