A mesa-redonda Sustentabilidade e educação, realizada na XVI Semana do meio ambiente, teve como destaque a definição e a aplicação das políticas de sustentabilidade ambiental em escolas e órgãos públicos. O encontro, realizado na PUC-Rio, na sexta-feira (18/06), teve a presença do professor do Departamento de Geografia da PUC-Rio Marcelo Motta de Freitas, o coordenador-geral e professor da Escola Parque, Carlos Alberto Nascimento, e a gerente de educação ambiental do Instituto Nacional do Ambiente (INEA), Pólita Gonçalves.

Na opinião de Marcelo Motta de Freitas, a percepção do local é importante para o entendimento do conceito de sustentabilidade. Para ele, a análise da constituição ambiental, como território, clima, ecossistema e água, por exemplo, é fundamental. O professor acrescentou que os projetos institucionais devem estar relacionados com a geografia local.

– A Petrobras, após ter derramado óleo na Baía de Guanabara, mudou de estratégia e começou a investir em projetos sócio-ambientais – disse.

O professor Carlos Alberto Nascimento explicou que a Escola Parque desenvolve um projeto de sustentabilidade a partir da relação entre alunos e meio ambiente. A união entre essas duas esferas, para o professor, cria novas dimensões e potenciais de ação. Conforme disse Nascimento, o plano da escola é “pensar global e agir local”.

Segundo o professor, parte dos projetos escolares são associados a instituições, como PUC-Rio, Fiocruz, Conselho Britânico, ONGs, o Centro Metropolitano de Apoio à Saúde do Trabalhador (Cemast), de Curitiba, e marcas ecologicamente sustentáveis (Ecobrands). A partir dessas associações, são promovidas uma série de atividades, como eventos e debates. A Escola Parque, segundo o professor, desenvolveu projetos sozinha, como o vestibular comunitário, relacionado com comunidades carentes.

– Quando ocorreu o problema com o ônibus 174, os alunos discutiram o tema, fizeram contato com outras escolas e foram até a residência do governador mostrar indignação com o ocorrido – afirmou o professor.

Pólita Gonçalves explicou o programa Coleta Seletiva Solidária, desenvolvido pelo INEA. Os principais objetivos, conforme disse a palestrante, são construir um modelo de gestão dos resíduos sólidos urbanos e capacitar catadores de material reciclável.

De acordo com Pólita, os principais públicos alvo são as secretarias municipais de meio ambiente e demais secretarias envolvidas com a gestão de resíduos e associações de moradores. Os programas de atuação, conforme disse, incluem gestores públicos municipais, escolas estaduais, além de órgãos públicos estaduais e catadores.

Para Pólita Gonçalves, os principais objetivos da educação ambiental são a participação e o controle social. As partes interessadas, segundo ela, devem ser qualificadas para participarem e encontrarem o caminho da sustentabilidade.