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Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2024


Campus

Cine-debate analisa política florestal

Thaís Chaves - Do Portal

24/06/2010

A XVI Semana do meio ambiente foi encerrada com o cine-debate Deserto verde. A reunião, realizada na PUC-Rio, na sexta-feira (18/06), contou com a participação do professor do Departamento de Educação da PUC-Rio José Maurício Aruti e do engenheiro florestal Álvaro Motta. Após a exibição do filme Cruzando o deserto verde, os palestrantes discutiram a luta dos remanescentes de quilombos pela terra, no Espírito Santo. De acordo com o filme, o local, que antes servia para moradia, passou a ser ocupado pela empresa Aracruz Celulose, para o plantio de eucaliptos.

No encontro, José Maurício Aruti comentou que trabalha há 15 anos com remanescentes de quilombos no Espírito Santo. Segundo o professor, os principais objetivos dos estudos acadêmicos são promover discussões sobre a lei que permite reivindicar a posse da terra e produzir relatórios antropológicos.

– Quando fui com um grupo ao Espírito Santo realizar os estudos, fiquei surpreso com a receptividade. A demanda de quilombos que nos procuraram para ajudá-los fez com que criássemos um curso de formação de profissionais, em São Mateus – afirmou Aruti.

O professor acrescentou que é contra o modelo de gestão da Aracruz. A política de plantio da empresa, segundo Aruti, causa diferentes problemas como cegueira e morte de animais e plantas. Para o professor, o agrotóxico seria o principal causador desses males.

Na opinião de Álvaro Motta, ao contrário, faltaria uma política florestal estabelecida na região, como a regulamentação no plantio da terra, antes ocupada pelos quilombos. O engenheiro relembrou a importância da rediscussão de políticas públicas para a agricultura, silvicultura e quilombolas.  

– A gestão social é importante, assim como a gestão ambiental – acrescentou.

De acordo com o engenheiro florestal, o sistema de agricultura trabalhado no país não é voltado para a agricultura local e familiar. Motta ressaltou também o zoneamento como instrumento necessário para a solução dos conflitos existentes.