Em tempos de Copa do Mundo, os brasileiros tornam-se os melhores comentaristas e técnicos do mundo. Depois da seleção canarinho sair na frente do grupo G, com uma apertada vitória sobre a inexpressível Coreia do Norte – 2 a 1, marcados por Maicon, Elano e Yun Nam Ji –, alunos, professores e funcionários da PUC-Rio projetam o jogo de domingo, contra a Costa do Marfim, às 15h30. Uns acham difícil o time de Dunga embalar, outros acreditam que, vencido o nervosismo da estreia, o Brasil conseguirá a segunda vitória. O consenso está no respeito ao adversário. A Costa do Marfim chegou ao Mundial com o rótulo de melhor seleção do continente africano e já deixou de lado o favoritismo português – do craque Cristiano Ronaldo – com o empate sem gols na primeira rodada.

A preocupação é o astro Didier Drogba. Recuperado de uma lesão sofrida a uma semana do início da Copa, o atacante será titular contra o Brasil. Apesar das prováveis dificuldades para a seleção brasileira, Luis Felipe Dele, aluno do 4° período de Engenharia de Produção, engrossa o coro dos otimistas. Para  o estudante de 20 anos, o time brasileiro encontrará uma retranca, mas jogará melhor do que contra a também defensiva Coreia do Norte:

– Eles vão começar o jogo lá atrás. O Brasil deve jogar melhor, mas, para isso, o Kaká tem que melhorar – opina o estudante de 20 anos.

Gabriel Simonsen, do 5° período de Controle de Automação, também acredita em uma melhora do Brasil e arrisca o mesmo resultado da estreia: 2 a 1. O jovem atribui a atuação modesta do primeiro jogo aos nervos:

– Mesmo os jogadores acostumados com a pressão sentiram a estreia em Copa. Na segunda partida, eles devem estar mais soltos.

Paula Bacellar, aluna do 10° período de Direito, projeta uma vitória apertada. Espera que o Brasil “não jogue como no primeiro tempo contra a Coréia”.

– No primeiro tempo vamos passar sufoco – prevê – Mas acho que o Brasil não perde: no segundo tempo os jogadores voltam com muito gás.

A aluna de 23 anos gostaria (como outros tantos brasileiros) que o técnico fizesse algumas mudanças na seleção. Ela acredita que "o time ideal" tenha Ramirez e Daniel Alves no lugar de Felipe Mello e Elano, respectivamente. 

Já o segurança Rafael Oliveira, de 40 anos, apóia o técnico Dunga. Para ele, o time não necessita de mudanças, mas de tranquilidade:

– O fim do nervosismo da estreia fará o Brasil golear o adversário. O time vai se entrosar de vez e fazer 4 a 0.

Menos confiante está Aloísio Pereira, de 46 anos, que estuda inglês em um projeto da PUC-Rio. Para ele, se o Brasil ganhar, será “no máximo” por 1 a 0. Pereira aposta no empate:

– O Brasil vai continuar jogando mal. Eu não me animo muito, por causa da exibição que a gente viu no primeiro jogo – justifica.

Luciana Simonsen (foto) concorda. A aluna do 4º período de Direito ficou impressionada com o desempenho dos africanos contra Portugal e acredita até na vitória deles:

– Eles têm um time muito bom na defesa e a gente é muito fraco taticamente. Só uma jogada individual pode resolver o jogo para o Brasil, provavelmente com Robinho. 

Gustavo Krau, de 20 anos, reforça o time dos confiantes moderados. Para o estudante do 3° período de Engenharia Mecânica, "mesmo sendo fraca", a seleção deve ganhar a Copa – só que aos “trancos e barrancos”. Contra a Costa do Marfim, ele prevê, diferentemente da maioria, um adversário ofensivo:

– Eles vão vir para cima da gente e, no contra-ataque, Robinho e Luís Fabiano vão fazer os gols. Será 3 a 0 – decreta.

Gustavo também defende a entrada de Daniel Alves na vaga de Elano, autor do segundo gol brasileiro na vitória da terça-feira. Ainda assim, não ficaria satisfeito:

– Só faria essa troca, porque a seleção está mal escalada. Não tem ninguém melhor no banco para colocar – reclama.

Rafael Bica, aluno de Publicidade, espera uma atuação convincente do time brasileiro. Lembra que a vitória é essencial para a classificação e até para ficar em primeiro no grupo. O estudante descarta o risco da eliminação precoce, mas teme um confronto contra a Espanha nas oitavas. Considerada uma das canditadas fortes ao título, a seleção espanhola perdeu na estreia para a Suíça (1 a 0) e está em terceiro no grupo H.